sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

SETE RAZÕES PARA NÃO NOS PREOCUPARMOS - FINAL

6 – A preocupação nos impede de dar atenção aos verdadeiros desafios aos quais Deus deseja que nos dediquemos.

“33 Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”

Nós, que cremos em Deus, somos conclamados a buscar, acima de tudo, seu reino e sua justiça. O verbo “buscar” subentende estar permanentemente ocupado na busca de alguma coisa, ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo. Jesus mostra que devemos estar à procura de duas coisas.

A primeira se refere ao “Reino de Deus”; devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania e do poder de Deus em nossa vida e em nossas reuniões. Devemos orar para que o Reino dos Céus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, destruir influência demoníaca, curar os enfermos e para engrandecer o nome de Jesus.

Jesus, no capítulo 13 de Mateus trata novamente do reino dos céus: “Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.” (v.44-46)

Estas parábolas ensinam que, além do reino dos céus ser um tesouro de valor incalculável, ele deve ser buscado acima de tudo, sendo obtido somente quando renunciamos a tudo que nos impede de alcança-lo. Vender tudo significa que de todo nosso coração devemos abdicar de todos os demais interesses, por um único interesse Supremo que é Cristo.

A segunda se refere à “sua justiça”. Com o auxílio do Espírito Santo devemos procurar obedecer aos mandamentos de Cristo, ter a sua justiça, permanecer separados do mundo e demonstrar o Seu amor para com todos.

Buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça significa priorizar Deus em nossa vida, de modo que nossos pensamentos estejam voltados para sua vontade, nosso caráter seja semelhante ao do Senhor.

O que é realmente importante para nós? Pessoas? Metas? Desejos? Objetos? O que disputa lugar em sua vida? Se não formos firmes e escolhermos dar ao Senhor o primeiro lugar em cada área da nossa vida, qualquer um desses interesses pode ocupar rapidamente o lugar de Deus.

Não deixe que as preocupações desta vida tomem o trono em seu coração!

7 – Viver um dia de cada vez evita que sejamos consumidos pela preocupação.

“34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”

Planejarmos o amanhã é bom, porém preocupar-se excessivamente com o futuro é um desperdício. Às vezes, é difícil estabelecer a diferença entre planejar e inquietar-se. O planejamento cuidadoso consiste em pensar sobre metas, métodos e programas, confiando na direção de Deus. Quando bem feito, ajuda a aliviar a preocupação.

A ansiedade, por sua vez, traz um terrível temor do que virá e nos impede de confiarmos em Deus; ela deixa com que seus planos interfiram em seu relacionamento com Deus.

Não deixe com que as inquietações com o amanhã afetem seu relacionamento com Deus hoje. Gosto de uma frase de efeito que dizem por aí: “Estou melhor do que ontem e pior do que amanhã”. Ou seja: hoje é o melhor dia da sua vida! Apenas decida ser feliz!



Forte abraço a todos!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

SETE RAZÕES PARA NÃO NOS PREOCUPARMOS - PARTE III

3 – Preocupar-se é mais prejudicial do que útil.

“27 E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?”

Tem uma pessoa que me deixou profundamente frustrado: meu pediatra. Ele me prometeu que eu ficaria com no mínimo 1.85mt e aqui estou... em forçados 1.70mt. Ainda pretendo processá-lo por defraudar minhas expectativas...

Ficarmos ansiosos quanto ao futuro não é apenas uma desonra para Deus, mas é também inútil. O SENHOR demonstra isso com uma pergunta: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?”. Queria eu acrescentar 15 cm à minha estatura sem ter de me submeter àquela cirurgia, comum na China, para aumentar as pernas, mas não posso.

Acrescentar alguns centímetros ainda é bem mais fácil do que nos preocuparmos com a existência de todas as necessidades futuras. São inúmeras, fogem ao nosso controle! Homens que criaram fortunas de uma vida estão perdendo bilhões em poucas semanas....

Além disso, a ansiedade nos impede de vermos as coisas com clareza. Recentemente passei por isso em uma audiência na Câmara dos Vereadores. Estava eu apenas assistindo a audiência, quando, pelo fato de ser advogado, me chamaram para compor a mesa. Logo pensei: “o que eu vou fazer lá se nem sei do caso?!” Mas, como o lugar que eu estava era bem apertado, resolvi me assentar juntamente com as partes e os vereadores.

A audiência começou e o presidente da Comissão foi oportunizando a palavra a cada um dos integrantes. Um a um foram falando e eu ali, quieto e pensando em uma saída para o futuro vexame que me esperava. Até que em certo ponto comecei a recitar algumas máximas para mim mesmo: “1 – Fique calmo; 2 – Você não pode sair por baixo; 3 – Vai dar tudo certo!”. Ali em diante, comecei a pensar em uma saída. Peguei um pequeno rascunho e comecei a esboçar um discurso. Quando fui chamado a me manifestar a idéia já estava pronta: apresentei-me, saudei a Comissão de Vereadores parabenizando-a pelo trabalho e comecei a falar difícil dizendo que o caso me atraíra até ali por ser uma “clara manifestação da aplicabilidade dos direitos e garantias fundamentais ao processo administrativo, em especial o devido processo legal e seus princípios decorrentes” citando as aulas do Profº Marinoni.

Nada melhor poderia ter ocorrido! Uma dica: penso que falar difícil é o primeiro passo para aparentar cultura. Creio que poucos entenderam o que eu disse ali (e isso é notado quando outros o parabenizam dizendo: “falou bonito!”), exceto o advogado de uma das partes que me elogiou, porque acabei auxiliando-lhe em sua defesa (mal sabia ele que minha intenção era me livrar do vexame e não defender alguém...). De todas as formas foi uma experiência e tanto sobre como a calma nos dá um estado de espírito ideal para sairmos das situações mais inusitadas!


4 – Deus não ignora aqueles que dependem dEle.


“28 E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; 29 E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30 Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?”

Neste versículo, Jesus nos traz a promessa de Deus a todos os seus filhos nesta era de aflições e incertezas. Deus prometeu tomar todas as providências para nosso alimento, vestuário e demais necessidades. Não precisamos preocupar-nos nesse sentido, mas fazer a nossa parte e deixá-lo reinar em nossa vida.

De forma íntima, este tema se alinha ao eterno dilema humano da auto-suficiência. A humanidade busca, em suma, uma coisa: ser auto-suficiente. Assim foi na queda Adâmica, na torre de Babel, no Renascimento ou atualmente na clonagem. Queremos produzir tudo sem interferências celestes, desde alimentos até a vida!

Aliás, esta é a falácia que Satanás utilizou com Adão e ainda utiliza hoje de diversas maneiras, seja através da ciência, seja através do atual sistema pecaminoso. Satanás se satisfaz com menos que a própria adoração; o mero fato do homem não reconhecer o senhorio de Cristo na sua vida já é um triunfo.


5 – A preocupação demonstra falta de fé e de entendimento a respeito de Deus.

“31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32 (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;”

O poder de Deus é tão grande que, além de criar o mundo, Ele preserva este mesmo mundo que criou, provê as necessidades de sua criação e governa o mundo, dirigindo os eventos da história que acontecem segundo sua vontade permissiva e seu cuidado.

Depois de criar os céus e terra, Deus não deixou o mundo à sua própria sorte. Pelo contrário, Ele continua interessado na vida dos seus, cuidando de sua criação. Deus não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo, deu-lhe corda e deixa acabar essa corda lentamente até o fim; pelo contrário, Ele é o Pai amoroso que cuida daquilo que criou. Esse maravilhoso cuidado de Deus para conosco é o que chamamos de “provisão divina”.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SETE RAZÕES PARA NÃO NOS PREOCUPARMOS - PARTE II

2 – Preocupar-se com o futuro prejudica os esforços que você está dedicando ao presente

“26 Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt.6:26)

Jesus, ao falar sobre as aves do céu, revela o cuidado de Deus em prol de suas criaturas; elas nos ensinam quanto é desnecessário nos preocuparmos. Elas não semeiam, nem colhem, nem fazem poupança, fundos de investimento, seguro de vida, compram ouro, dólares ou euros...

Portanto se na hierarquia da criação divina valemos muito mais do que as aves, então é certo que deveríamos esperar que Deus tome conta das nossas necessidades.

Isso não quer dizer que deixaremos tudo a cargo de Deus, gastando nosso dinheiro inconseqüentemente, tornando-nos pródigos. Lembro-me de um amigo, muito espiritual (ou será "espirituoso"?) que não fazia seguro do carro por considerar um ato de incredulidade. Quando questionado, dizia: "não faço porque se roubarem (o carro) será a vontade de Deus e se Ele permitir tal coisa, então entenderei que Ele quer me dar um outro melhor." Podem até concordar com isso, mas sinceramente não acho sensato, tampouco o vejo com um ato de fé...

De certa forma, podemos dizer que preocupar-se é deixar o incerto se sobrepor ao certo. É a dúvida que supera a certeza. O futuro é uma incógnita, o presente é um fato, portanto é certo e definível. Filosófico, não?! Mas o fato é que certas pessoas se obcecam de tal forma com as preocupações futuras que estas começam a prejudicar o presente trazendo uma série de anseios, angústias e doenças. Tornam-se escravas de seus medos.

Doutro modo, algumas conclusões sobre este tema geram falácias.

Veja bem.

Não podemos deduzir disso que não precisamos trabalhar para a nossa provisão. Paulo nos lembra disso: “se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2 Ts 3:10). As atividades que desenvolvemos em prol na nossa provisão devem ser constantes em nossa vida, o que Jesus proíbe é multiplicação de celeiros na tentativa de providenciar segurança futura independente de Deus (prática que Ele condena na parábola do fazendeiro rico em Lucas 12:16-21).

E a independência.... ahhhh a sonhada independência! Queremos fazer 18 anos, pois achamos que um kit dos sonhos (chave de casa, chave do carro e dinheiro sem limites) nos aparecerá para, aí sim, começarmos a viver (que terrível engano...). O homem também quer ser independente de Deus; o diabo tentou isso no princípio das coisas e foi expulso da Glória com um terço dos anjos... Logo, se o diabo sonha com isso, então boa coisa não é!

Deus nos chama para um dependência plena Dele. Nos chama como filhos que dependem intensamente do auxílio de seu Pai. Filhos pequenos, sem forças, sem poder, que vivem pela graça do SENHOR. Não proponho votos de pobreza! Longe disso! Proponho entregarmos nosso caminho a Deus para que Ele faça o melhor em nossa vidas! Que tal?!

Poderíamos resumir estas verdades (porque está embasada na Palavra de Deus que é a Verdade!) na seguinte imagem: Temos um campo a ser semeado. Por acaso deixaremos de semeá-lo acreditando que o milho e o trigo crescerão sozinhos? Devemos semeá-lo, porém confiantes de que Deus trará a provisão da chuva e do sol para fazer com que as plantas cresçam. E mesmo o plantio seja perdido, Ele trará provisão por outros meios, mesmo que seja maná do céu...
Ótima sexta feira, ótimo fim de semana!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

SETE RAZÕES PARA NÃO NOS PREOCUPARMOS

Estamos vivendo uma crise. Alguns dizem ser a maior crise financeira já vista; falam sobre “marola”, recessão, colapso financeiro e até mesmo em depressão econômica. Alguns dão pouco valor a este acontecimento; outros crêem ser o fim dos tempos. De todas as formas, a crise financeira tem tomado o imaginário popular, o tempo dos economistas e a paz dos investidores. Surgem revistas e páginas mil na Internet com os seguintes dizeres: “Entenda a crise financeira de forma fácil e descomplicada” outros têm teor mais prático e sugerem “823 formas de investir seu dinheiro na crise”...

A única conclusão unânime até agora é que foi embora a sensação de “está tudo tão bom”, a economia acelerada e crescente, a variedade de produtos, o dólar em baixa, o fortalecimento da moeda, o superaquecimento das exportações, independência econômica, descoberta do pré-sal , etc. Agora todos só pensam em guardar, poupar, economizar.

De todas as formas, em maior ou menor escala, a crise econômica parece deixar todos apreensivos.

Por isso, em tempo se de tempestade financeira, pergunto: “quem está no timão do nosso barco?”

Jesus pregou contra a ansiedade. Mas porque evitarmos se ela nos parece tão natural, tão humana?

A razão está no fato de dedicarmos o melhor de nossas vidas, nossas energias para termos a certeza de que teremos o suficiente para nos mantermos vivos. Então, antes de percebermos, nossa vida passou e perdemos o propósito central para o qual fomos criados. Deus nos criou a sua imagem com um objetivo muito maior que o mero consumismo. Estamos aqui para amá-lo, adorá-lo, servi-lo, e representar seus interesses na terra. Nosso corpo foi planejado para nos servir e não para nos domesticar.

Hoje eu prego esta palavra até com certa autoridade por conta de um testemunho que me aconteceu. Tinha de mandar um artigo para a pós-graduação, que vencia o prazo hoje, mas não tive um tempinho sequer para fazê-lo e hoje pela manhã recebi um e-mail avisando da prorrogação do prazo de entrega.

Por isso, nestes tempos de crise resolvo compartilhar uma palavra de paz com os irmãos; tratemos de sete razões para não andarmos ansiosos (Mateus 6:25-34).



1 – Os detalhes da nossa vida podem ser confiados ao mesmo Deus que nos criou.

“25 Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?”

O mundo geralmente imagina que Deus está preocupado apenas com os grandes eventos da humanidade, sem se importar com os detalhes da vida de cada um de nós. Tenho um exemplo que ocorreu na célula de um amigo meu. Um certo irmão, sempre que perguntado sobre alvos de oração, pedia orações pelo Hamas, pelo Ahmadinejad, pelas baleias do Japão que estão sendo extintas, mas nunca pedia nada pela sua vida pessoa!

Ele simplesmente ignorou que o Deus que está por detrás dos grandes eventos da humanidade também é o Deus que está cuidando da sua vida pessoal!

Outros também revelam este falso altruísmo sob o tom de “não tenho nada a pedir, só a agradecer”. Lucas 11 revela a importância que Deus dá a nossos pedidos:

“E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11: 11-13)

Jesus não está dizendo que é errado o cristão tomar providências para suprir suas futuras necessidades materiais, tampouco recrimina o fato de comermos ou nos vestirmos com boas coisas; a reprovação a que se refere este versículo diz respeito à ansiedade ou preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta de fé no cuidado e no seu amor.

Essa excessiva preocupação sobre o futuro é pecado, pois nega o amor, a sabedoria e o poder de Deus.

Nega o amor de Deus implicando que Ele não se preocupa conosco.

Nega a sabedoria de Deus implicando que Ele não sabe o que está fazendo.

Nega seu poder implicando que Ele não é capaz de suprir nossas necessidades.

Certa vez me ocorreu algo interessante. Estava indo a missões evangelísticas nos EUA e escutei uma história que americanos não tomavam banho. Como assim? E eu que tomo três banhos diários! Resolvi jejuar para tomar banhos todos os dias! Fomos para os EUA e primeira parada: Kearny. Éramos 23, sendo 21 mulheres e 2 homens e cada um foi sendo recebido em uma casa de famílias, menos eu. Eu fiquei por último. Era o rejeitado. Até que o líder dos jovens me recebeu e disse: “os outros estão em casa de família; eles têm comida boa, conforto, mas nós não. A única coisa que podemos te oferecer é banhos. Pode tomar quantos banhos quiser!”

Duarante os próximos dias, falaremos sobre as demais razões, Aguardem!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

COLABORE COM A CONSTRUÇÃO DE UM “EREMITA URBANO” MELHOR...

Hoje é dia 5 de outubro de 2008; dia de eleições municipais. Mas tão importante quanto definir os próximos anos de nossos municípios seja repensar o futuro à luz de outro fato: o aniversário de 20 anos da Constituição de 1988, a chamada “Constituição Cidadã”.

Presidida pelo saudoso Ulisses Guimarães, ela oportunizou a manifestação (em um espírito de ductilidade, que já conversamos algum tempo atrás...) dos diversos grupos da sociedade: índios, sem-terra, industriais, jovens, velhos, portadores de necessidades especiais, homossexuais, etc... enfim, todos deram seus pitacos. Em rápida síntese, a Carta Constitucional de 1988 trouxe a democracia após os anos de repressão militar, um sonho de tantos que foram vitimados pela ditadura.

Eu gosto da democracia. Ela é uma das palavras que intricadamente gera prazer ao pronunciar.

Gosto de ser democrático. Não são todas as situações da vida que podem ser decididas pelo senso comum, mas, quando possível, me utilizo dela.


Nestes últimos dias, enquanto pensava sobre este blog, conclui não há razão para publicar estes textos se vocês não gostarem. Entende? Gostaria de servir você!

Serei mais claro.

Quero fazer um “Eremita Urbano” melhor e, para mim, o “melhor” é aquilo que mais edifique os irmãos. Por este motivo, estou aberto às sugestões de vossas senhorias.

Antigamente, eu costumava escrever sobre atualidades, principalmente política, mas hoje vejo que isto é extremamente efêmero perto da realidade do Reino dos Céus. Por isso preferi escrever sobre coisas que são eternas.

Assim, convoco o auxílio de cada um dos leitores (a razão da existência deste blog) para opinar naquilo que precisamos melhorar. Sugestões que acrescidas a outras já em fase de desenvolvimento.
Ressalto que, neste post, gostaria de receber apenas críticas e sugestões, pois elas nos trarão crescimento e objetividade ao trabalho. Logo, é com dor que digo: guardem os eventuais elogios para futuros posts.

Desta forma, deixo apenas um grande abraço a cada um e um “muito obrigado” desde já!


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O QUE A SABEDORIA POPULAR DIZ SOBRE OS PROBLEMAS?

Tenho uma grande admiração pela sabedoria popular. Ela é prática, não tem grandes construções argumentativas, é puramente empírica e, em sua maioria, verdadeira. Ao mesmo tempo em que parece simples é profunda o bastante para nos direcionar em muitas situações. Gosto disso!

Sei que muitos não compartilham dessa opinião, pelo simples fato de que a filosofia popular é insuficiente para resolver seus problemas. Julgam que, por posição, inteligência, cultura, educação, dinheiro, orgulho, não precisam aprender com a coletividade; se sentem superiores. Isso é uma grande bobagem! Todos nós temos muito a aprender um com o outro.

Tive um professor que marcou muito minha vida (não só a acadêmica) pela sua conduta como profissional e ser humano: Edson Braz. Aliás... marcou a vida de vários colegas. Gerou não uma turma de advogado, mas uma turma de pessoas melhores! Muitas coisas me fizeram admirá-lo, dentre elas a humildade no ensino. Muito mais do que ensinar Direito do Trabalho (e suas aulas eram excelentes, bem como suas provas), ele sempre se colocava em posição de aprender, mesmo em relação ao que mais sabe: Direito. Esta é uma lição que quero levar para toda a vida.

Hoje presenciei uma conversa de extrema profundidade entre a passadeira e a secretária. Não sei como chegaram ao assunto, mas peguei uma frase que me fez pensar seriamente. D.Durvalina, a passadeira, disse: “A maioria das pessoas costuma valorizar seus problemas; acham que os seus são sempre maiores e mais difíceis que os problemas dos outros. Mas isso é errado. Na vida nós não temos problemas, mas temos desafios e desafios foram feitos para serem superados. Deus nunca permite um desafio maior que nossa capacidade de superação. Muitas vezes pensamos que não vamos dar conta, mas quando pensamos em desistir, ainda podemos retirar forças de onde não imaginávamos haver esperança. Deus nos ajuda em todas as situações, mesmo nas impossíveis.”

Como eu fiquei assustado com esse comentário! Talvez ela não saiba, mas milhões, quiçá bilhões de pessoas precisavam escutar isso. Esse simples conselho resumiu tudo o que livros levam dezenas, centenas de páginas para descrever. Foi impressionante.

Enquanto escutava isso, pensei na autoridade da D. Durvalina para falar aquilo. Conheço a vida dela, pois tem mais de 15 anos que ela passa as nossas roupas. Conclui que a vida dela já teve muito mais “desafios” que filmes de dramas. Não quero expor a vida dela, mas doenças, desastres, morte, privação, tudo ela já passou. Daí meu espanto, a pessoa mais sofrida que eu conheço dizendo que na vida não se tem problemas...

Lembrei-me também de um amigo que há muito não encontro: após ter superado um câncer por três vezes, ele se tornou um atleta e leva uma vida normalíssima, quando todos os médicos o davam por morto.

Logo, fico a pensar: será que nossos problemas realmente são problemas? Será que eles são tão grandes assim, ou são apenas desafios?


Muitas vezes valorizamos um momento de dor ou de angústia ao ponto de pensamos que o mundo acabará nele; pensarmos que somos incapazes de superá-lo. Mas creia: você é muito mais forte do que imagina.

E mais: nós só conseguimos superar tantos desafios porque Deus é quem nos dá esta força. Por isso, se você realmente crer que não há mais solução, saiba que Deus pode lhe ajudar. Isso não é pura retórica, mas é a certeza de que o SENHOR é um Deus presente que nos ouve, escuta e ajuda; mesmo que você nunca tenha tido contato algum com Ele.

Gostaria de finalizar com uma história de vida que me comoveu durante os jogos olímpicos. O porta-bandeira da delegação norte-americana, o sudanês naturalizado Lopez Lomong. Esse rapaz de 21 anos passou a infância e parte da adolescência sendo vítima da guerra civil entre o Cartum, árabe e islâmico, e o Sudan’s People, negro e cristão. Quando pequeno, teve seu primeiro contato com a TV, onda a primeira transmissão foi a do velocista Michael Johnson na Olimpíada de Atlanta em 1996; sua impressão sobre o atleta: “eu quero ser igual a ele”. Mesmo sendo oprimido, morando em um campo de concentração, passando fome, ele persistiu na idéia de ser um corredor. Aos 14 anos foi adotado por uma família norte-americana, aos 20 anos foi naturalizado e aos 21 participou de sua primeira Olimpíada. Ele entendeu que mesmo com tantos “problemas”, ele poderia alcançar seus sonhos!

Por isso, não reclame de suas lutas pessoais. Encare-as com força, coragem e determinação. Você á capaz de superá-las e quando pensar que é o fim, ore a Deus que Ele lhe dará forças! Não se acanhe com formalidades, com orações bonitas e bem construídas, apenas chame o nome de Jesus e converse com Ele. Ele é muito mais pessoal e real do que você imagina!

“Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.” Isaías 40:28-31


Boa noite!

PEQUENO MERCHANDISING

Acho que todos deveria escrever. Muito mais que uma diversão, é terapia! Por isso costumo incentivar as pessoas à escrita.

Minha vida na blogosfera começou quando eu me dei conta que escrevia muito mal e era ridicularizado no escritório em que trabalhava. Outra não foi minha conclusão: percebi que deveria ler e escrever mais.

Nestes últimos dias tive uma grata surpresa de ver a minha mãe montando um blog. Por isso a postagem: apenas um pequeno merchandising deste blog que dá seus primeiros passos...


Projeto de Deus


Após criar Adão e Eva, Deus os uniu como marido e mulher, abençoou-os e então lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos; enchei a Terra e sujeitai-a.” Gênesis 1:28. Diante deste contexto bíblico, fica evidente que Deus deu origem ao casamento e a família para cumprir seus propósitos e suprir as necessidades do ser humano. Queridos, é neste Projeto que eu creio.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A DUCTILIDADE DO EVANGELHO

Geralmente escrevo um texto em uma sentada. Depois de umas duas ou três horas ele sai e vai direto para o blog, mas confesso aos leitores que este texto me tomou muito mais que isso. Aliás... perdi a conta das “sentadas” que levei para finalizá-lo. A cada vez que escrevia surgia uma nova pergunta a ser respondida; perguntas que precisavam ser pensadas, digeridas, ponderadas, para que as idéias fizessem mais sentido.

Queria escrever algo profundo, mas percebi que é melhor deixar a profundidade para os teólogos... pelo menos por enquanto. Vamos falar sobre coisas mais terrenas.

Há palavras que soam bem quando ditas; freqüentemente me pego esquecendo o seu significado e repetindo determinadas palavras apenas para sentir sua sonoridade. Há duas delas que me agradaram muitíssimo e de repente, do nada, começo a repeti-las: “dútil” e “Zagrebelsky”.

Estas palavras estão intimamente ligadas e isto me deixa mais impressionado ainda, ao ponto de questionar “como duas palavras tão bacanas se unem em um fato?”. Pode parecer um pouco de paranóia, um tanto de maluquice e uma pitada de bizarrice, mas já me fiz esta pergunta várias vezes ao ponto de começar a analisar as coisas com base na sua “ductilidade”.

Gustavo Zagrebelsky, constitucionalista italiano e ex-presidente da Corte Constitucional Italiana (órgão máximo do Poder Judiciário Italiano) criou a “Teoria da Constituição Dútil”, a qual ensina que nas sociedades pluralistas atuais, onde há uma diversidade de interesses, ideologias, grupos sociais, projetos, liberdades, as Constituições dos Estados não podem ser rígidas e impenetráveis, traçando um projeto pré-determinado da vida comunitária.

Ao contrário, a Constituição deve ser o ponto de partida para que os diferentes grupos sociais, ideológicos, religiosos, econômicos, dentre outros aspectos, possam criar uma política constitucional que permita a coexistência harmônica de todas estas diferenças.

Esta teoria tem sido bem aceita nos dias atuais em razão da herança negativa da 2ª Guerra Mundial, quando os Governos estabeleceram uma política absolutista onde as “diversidades” eram excluídas, ignoradas ou pior.... levadas para os campos de concentração. Enfim: é uma teoria que combate este pensamento totalitário.

Algum tempo atrás escutei uma pregação que me fez pensar sobre a ductilidade da mensagem que estava sendo ministrada. O preletor falava sobre os erros de outros ministérios evangélicos, sobre suas liturgias, costumes e apresentava a proposta de um evangelho pessoal e “inequívoco”. Ora... o evangelho, bem como toda a Bíblia é inequívoco, mas nem todas as interpretações pessoais da Palavra de Deus são corretas... e particularmente, uma interpretação que exclui quase todas as denominações e um pregador que se auto-afirma como o arauto do cristianismo atual não pode parecer tão correto assim...

E era justamente sob este aspecto que comecei a analisar aquela mensagem, questionando: como alguém pode sustentar uma posição tão rígida em relação às outras denominações protestantes? Como podemos pregar um evangelho único (ou seja, que possa ser unânime em todas as igrejas) neste mundo diversificado?



Esta questão tem surgido na cabeça de muitos cristãos na atualidade, pois é notório o crescimento de denominações evangélicas. Movimentos separatistas defluem das tradicionais denominações por “divergência de visões”. Há uma verdadeira luta entre elas, onde pastores metralham acusações uns contra outros, baseados no que entendem ser o “biblicamente ou doutrinariamente correto”.

Nosso evangelho tem se tornado uma gincana gospel, onde ganha quem tem mais membros, o prédio mais bonito ou a rádio mais tocada...

Apegamos-nos a uma série de liturgias e circunstâncias terrenas para auferirmos o sucesso de determinada igreja e esquecemos da realidade do evangelho. As programações do culto de domingo à noite, as rádios bacanas, os prédios palacianos, os irmãos que desfilam na moda de nada valem se não houver a realidade do Reino. Estas coisas materiais passam, mas a direção do Espírito, a submissão a sua vontade, o foco (ou seja, a obediência à direção de Deus) produzirão frutos eternos.

Mas não é somente sobre essa gincana que quero focar, mas em como conciliar todas estas diferenças em um evangelho único, revelado pelo Espírito Santo. Como atender à oração de Cristo que pediu ao Pai para que fossemos um (Jo.17:20-21), se estamos em meio à esta competição religiosa? Como podemos pregar uma mensagem que estipula modo de vida, fé, revelação, adoração, comportamento, padrão de relacionamentos, santidade em um mundo marcado por uma intensa diversidade social? Estas são as questões a serem encaradas pela igreja atual.

A Palavra de Deus é bem clara quanto ao nosso modo de viver; devemos agir sempre pensando se estamos honrando a Deus naquilo que fazemos. Basicamente devemos ser santos e obedientes aos mandamentos de Deus. Isto é invariável! Não pode ser modificado, pois pecado e santidade se excluem; desobediência e obediência se anulam. Desta forma, são conceitos (condutas) inconciliáveis.

Mas pregar através do reggae, através da dança, teatro, rap, cruzadas, campanhas, são inadmissíveis também? Parece-me que há uma série de vícios religiosos que obstam esta questão na igreja. Irmãos mais tradicionais não aceitam a bateria alta do culto, tampouco o solo da guitarra; irmãos mais liberais se orgulham de terem uma revelação do “vou-andar-descalço-e-vestir-a-camisa-de-Jesus-depois-ir-chupar-picolé” e se esquecem de criar raízes espirituais profundas, crendo que tudo se limita a uma ministração espontânea.

Não quero ser mais um a dar uma “posição teológica indubitavelmente inequívoca, advinda do Santo dos Santos”.

Não sou apto para tal.

Quero apenas desabafar o que sinto ao ver determinadas ministrações onde o alvo não é mundo, o pecado, o erro... mas o pastor da igreja em franco desenvolvimento.

Nem tudo é liturgia, tampouco é ministração espontânea.

Muitas igrejas se prendem em formalismos mil, que engessam seus cultos e não “dão oportunidade” para o Espírito Santo agir; outras acreditam confundem a liberdade no Espírito com puras sensações da alma e baseiam suas reuniões nisto apenas. O curioso é que ambos os grupos se criticam ferozmente. Os mais tradicionais abominam o falar no espírito e a manifestação do Espírito Santo, e os mais abertos dizem que aqueles não os compreendem.

Está aí a necessidade de ductilidade do evangelho.

A vida da Igreja não pode ser resumida em liturgias somente, precisa-se de mais que meros cronogramas para “fazer o culto acontecer”: precisamos do Espírito Santo.

Tampouco podemos viver somente baseado em “ministrações espontâneas”, pois há outras áreas que merecem nossa atenção na caminhada cristã, como o evangelismo, serviço, comunhão, palavra, aconselhamento, discipulado, dentre outras. Agir desta maneira seria como se alimentássemos apenas de feijão. Logo estaríamos doentes por nos faltar outros nutrientes...

Logo, a ductilidade do evangelho em seu caráter positivo ensejaria a necessidade de uma vida cristã, bem como igrejas, que sejam equilibradas; que tenham uma clara direção do Espírito Santo e a sigam; que não percam o foco e, mesmo se isto acontecer, estejam aptas ao arrependimento.

Em síntese: Quebremos toda essa formalidade e deixemos o Espírito Santo determinar o rumo de nossos cultos novamente! Não estou me referindo a uma revolta contra as programações, mas simplesmente uma maior sensibilidade ao Espírito Santo; se Ele disser faça isso ou faça aquilo, apenas faça.

Questionamentos surgem: vale à pena manter as liturgias e costumes denominacionais, mesmo se estes suprimirem a presença do Espírito Santo? Preocupar em programações ensimesmadas? Construir impérios e palácios religiosos sem a direção do Espírito? Será que vale à pena manter uma vida de aparente saúde religiosa, se o SENHOR tem nos chamado ao arrependimento e ao abandono das obras mortas? O orgulho cristão vale mais que isso? Não, para todas as perguntas.

Que as tradições sejam ductilizadas; que as crenças espirituosas de que a ministração espontânea é a panacéia também precisam ser ductilizadas.

Porém, o segundo aspecto, tem um caráter negativo (não me refiro ao sentido de maléfico, mas ao caráter de abstenção): a questão dos “excessos teológicos”.

Como já dissemos, a Palavra de Deus é única e deve ser interpretada a partir da Revelação do Espírito Santo. Ela também é sistemática, ou seja, deve ser analisada por inteiro. Não se pode, com base em versículos distintos, criar fundamentos para condutas que vão contra a Palavra de Deus. Não se pode utilizar a Palavra de Deus para justificar os excessos que podemos cometer. Queria dar dois exemplos, que considero paradigmáticos:

Um garoto, estando em pecado por fornicação, quis justificar sua conduta ao pastor com os seguintes argumentos: Deus é amor. Se Ele é amor e nos manda amar ao próximo, tudo o que é feito com amor não é pecado. Logo, se eu (no caso, o garoto) faço “amor” com a minha namorada, logo não estou pecando! De fato, o rapaz não entendeu que o SENHOR nos chamou à santidade, onde o sexo só tem lugar após o casamento (ex. Hb.13:4).

O segundo é um tema controverso e delicadíssimo. Recentemente li um artigo que dizia sobre a homoafetividade na Bíblia e relatava diversos casos entre relacionamentos do mesmo sexo, como por exemplo, Davi e Jônatas, Jesus e João. A interpretação feita não condiz com a Palavra de Deus onde há uma clara condenação à prática do homossexualismo (Rm1; 1 Co 6.9 – 11; 1 Tm 1.8 – 11). *

Logo, podemos concluir que a Palavra de Deus deve ser o alicerce para que esta ductilidade seja construída; devemos dar contribuições ao Corpo de Deus (Igreja) através da manifestação dos dons espirituais, revelação da Palavra, testemunhos, serviço, porém sempre tendo como fiel a Palavra de Deus, para nos avaliar. Não podemos cometer o erro de fugirmos da base de toda a vida cristã que é a Palavra, o pão que nos alimenta.

Assim, a Palavra dever ser rígida o bastante para sustentar toda a estrutura do cristianismo. Ela não deve ser ductilizada (daí o caráter negativo) para fundamentar excessos (condutas não condizentes com a Bíblia); não pode ser a retórica para “legalizarmos” o pecado.


Conclusão: confesso que esse papo foi um pouco chato, mas estas são realidades da Igreja atual, onde pastores e ministérios terão de se posicionar adequadamente sob o risco de perderem o foco, o primeiro amor, a paixão por almas...

O mesmo se aplica em nossas vidas espirituais individualmente. Sempre é tempo para deixarmos de lado os velhos hábitos que nos impede de crescer e liberarmos o Espírito Santo para que flua em nossas vidas. Uma vida cristã equilibrada é simplesmente ser como Cristo foi: pregou, curou, exortou, amou. Ele é o caminho. Sigamos o Autor e Consumador de nossa fé!



Boa noite!



* Não gostaria de ser interpretado como homofóbico, pois não é esta minha intenção, tampouco o sou. Apenas procuro expor o que a Palavra de Deus diz acerca do tema.





terça-feira, 19 de agosto de 2008

VOCÊ AINDA TEM 50%!

Ontem eu tive um surto. Após abandonar o squash, voltei à vida semi-sedentária que levava. Aliás, como diz minha endocrinologista... estou somente com “amostras grátis”, ou seja, caminhada no parque duas vezes por semana. Mas ontem foi diferente... surtei! Resolvi sair para caminhar com meu pai, entre passadas e trotes foram 6 km, fiz umas 100 abdominais e subi 14 andares correndo.

Para alguns que estão lendo provavelmente não é grande coisa. Mas para mim foi. Mais um dos meus grandes feitos desprezados (que se juntará ao fato de ter zerado Mario Bros sem ninguém ver, ter feito Perim-Setor Universitário em 8 minutos, etc...).

Mas não estamos aqui para tratar de peripécias desimportantes, mas queria relatar meu momento de reflexão motivacional (por volta da sexagésima abdominal e posteriormente no oitavo andar). Durante minha adolescência, fui discipulado pela líder da equipe de teatro da qual fazia parte.. Seu nome é Zu, devo muito a ela. Não.... ela não é chinesa. Na verdade o nome dela é Cleonice, mas carinhosamente é conhecida como “Zu”. Não... ela também não é azul, como alguns me perguntam...

Sempre me lembro das frases de efeito que ela nos dava durante ensaios, evangelismos e noites mal-dormidas. Uma delas carrego como uma máxima para minha vida pessoal: “Quando você pensar que está cansado, você ainda tem 50%!”. Foram estas palavras que me motivaram a realizar mais quarenta abdominais, a subir mais sete andares. As pernas pareciam vacilar, o corpo queria encostar-se à parede, a mente queria chamar o elevador, mas, como um mantra, repeti a frase até chegar ao apartamento. Pareceu-me uma vitória e tanto quando cheguei a casa!

Essa experiência me faz pensar na forma como o SENHOR age em nossas vidas.

Não raro somos afligidos por dificuldades, problemas, lutas. Elas fazem parte da vida. Mas algumas vezes elas são “grandes demais” para enfrentarmos e temos uma imensa vontade de pormos tudo a perder, desistir, parar de lutar.

Uma amiga de minha mãe disse que havia desistido de orar pela conversão de seu filho. Havia persistido durante tanto tempo. Havia jejuado, orado, feito campanhas e... nada. As coisas pareciam piorar cada vez mais. Era o fim. Não dava mais para persistir naquilo que parecia impossível. Até que certo dia, durante um aniversário, ela entrou no quarto de uns amigos de seu filho e viu o nome dele pregado na parede, na lista de alvos de oração. Os amigos jejuavam e oravam para que seu filho convertesse. A mulher notou que não poderia desistir de orar; se amigos perseveravam há tanto tempo, então ela, sendo a mãe, desistiria?! Não! Continuou a orar e passados alguns anos seu filho se converteu.

Há tantas pessoas que passam por problemas semelhantes. Aliás... há pessoas com problemas piores. Há maridos brutos, há filhos drogados, há pais violentos, há parentes queridos em estado terminal....

Mas, queridos, quando as lutas parecem perdidas, quando o milagre parece inalcançável, lembre-se: você ainda tem 50% de forças para orar, jejuar, se quebrantar diante de Deus. O cansaço não é o sinal de que você deve partir, mas é a circunstância gerada para que você cresça e aprenda a depender do poder de Deus.

Geralmente nos lembramos de Deus nessas horas. Aliás, suplicamos a Ele insistentemente para que nos atenda. Mas não basta orar. Deve-se ter fé! Ela é o combustível que move os céus, que move suas orações, que faz com que o impossível se torne possível! Ela faz com que o filho rebelde se torne obediente; o marido bruto se torne um gentleman; o filho drogado se torne um filho abençoado; um pai violento em um pai amoroso; um doente em são....

Logo, vou um pouco além: não basta 50% de orações vazias, não basta 50% de jejuns desacreditados. É preciso perseverar em fé! O SENHOR move o impossível para aqueles que Nele confiam. Aliás, isso foi o que Jesus disse aos seus discípulos no evangelho de Mateus:

“...porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.” (Mt. 17:20)

Nada é impossível para o SENHOR. Cabe a nós fazermos o possível e isso inclui orar, perseverar, buscar, trabalhar, acreditar. Façamos mais 60 abdominais, subamos mais 7 andares, oremos mais! Ele tem o seu tempo e seu modo para todas as coisas. Apenas não desista. Você ainda tem 50%!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

AS BESTEIRAS QUE O LOBÃO DIZ...

Eu adoro a frase “revoltar com o sistema”. Acho que soa bonito, poético, uma áurea de esquerdismo utópico (sem os fedidos e barbudos que me azucrinaram a faculdade inteira por não ter me conformado com sua visão socialista...). Soa legal. Tenho uma pessoa muito próxima que é um “arauto da desobediência civil” (eu também acho essa expressão interessante). Toda regra que se impõe ele questiona, discute, de vez em quando subverte, enfim... se “revolta com o sistema”.

Freqüentemente discutimos sobre decisões do STF ou novas produções legislativas; ele ainda não se conforma em nosso país seguir princípios como: legalidade, ampla defesa, presunção de inocência e outros mais. Apesar de toda “revolta”, ele tem uma conduta pessoal que inspira a muitos; apesar deste ímpeto questionador em face do “sistema”, ele é o cara mais fantástico que eu conheço.

Aliás, ele é o segundo mais fantástico; o primeiro é Jesus Cristo, que por sinal também se revoltou com o sistema farisaico da época e trouxe a dispensação da graça enquanto todos apenas compreendiam a lei mosaica.

Fui fortemente influenciado por estas duas figuras e também me revolto com o sistema freqüentemente. Por exemplo: muitas pessoas, principalmente na faculdade, me conhecem justamente por minhas convicções religiosas e me chamam de “crente”, “evangélico”, “protestante”, “caretão”, “Aleluia”, etc. Tudo isso porque durante toda a faculdade me revoltei com o sistema de festas, mulherada e barzinho.

Mas os motivos quem me movem neste texto são outros: revelar algo que soa uma revolta contra a segregação religiosa dos rótulos de credos... eu não sou nada disso. Não me sinto a vontade com todos estes tipos de cristianismos. Jesus era chamado de “evangélico”, “protestante”, “batista”, “metodista” ou católico? Não... até porque estas denominações foram criadas depois dele.

Eu apenas creio nele, em Jesus Cristo. Ele é o meu SENHOR e Salvador e eu quero segui-lo sempre. Ele é o único SENHOR e Salvador, não há outro Deus senão o Deus JEOVÁ. Se a Bíblia me ensina algo eu quero fazer, mesmo sendo um pecador, mas quero segui-lo.

Penso assim justamente por entender que títulos valem muito pouco perante o que é eterno. A realidade do Reino dos Céus é infinitamente superior a uma rotulação religiosa que determina doutrinas, paradigmas, credos, etc. Muito mais que bandeiras denominacionais que ostentamos diante das pessoas (em uma verdadeira guerra por “qual a maior igreja” ou “qual tem mais membros”), devemos hastear bandeiras em nosso coração. Bandeira do amor, da fraternidade, da unidade, a bandeira de Jesus Cristo!

Partindo desta lógica, podemos concluir que um rótulo de “protestantismo” não diz muito acerca da real postura de nossos corações; não diz muito acerca de nossas condutas como seguidores de Cristo.

Muitos crêem que ser crente é meramente ir à igreja, cantar corinhos animados, dizer “A paz do SENHOR” e portar uma grande Bíblia no sovaco. É um engano. Ser cristão, ou seja, crer em Cristo, transcende em muito estes rituais; a medida que vamos sendo transformados isso deve passar a fazer parte de nossas vidas naturalmente, ou seja, deve estar impregnado às nossa convicções não apenas religiosas, mas comportamentais em seu sentido mais amplo. Devemos ter uma conduta que se assemelhe ao máximo com a conduta de Cristo, mas para isso devemos nos deixar sermos transformados pelo Espírito Santo de Deus.

Hoje meu pai trouxe um livro sobre liderança e me pediu para ler apenas a introdução. Houve uma frase que me chamou bastante atenção, inclusive com negrito do próprio autor: “Suas convicções são produto de seus pensamentos, seus pensamentos geram suas convicções, suas convicções geram atitude, sua atitude controla sua percepção e sua percepção inspira seu comportamento”.

O que o autor, o renomado Myles Munroe, quis dizer foi: nenhum treinamento, livro, programa, palestra ou whatever vai nos tornar líderes se não pudermos instigarmos em nós um espírito de liderança.

Concordo com Munroe; e o parafraseio: nenhum treinamento, livro, programa, palestra ou whatever vai nos tornar cristãos se não tivermos uma real vontade de sermos como Cristo Jesus. Melhor: se não quisermos ter o Espírito de Jesus.

Ainda há irmãos que acreditam que ter o Espírito Santo é o falar em línguas e manifestar os dons. Também é uma tolice crer que o Espírito se limita a isso.

Durante alguns anos da minha vida, eu me tornei um freqüentador assíduo de montes, vigílias, campanhas e grupos de oração. Tudo isso porque queria ser uma verdadeira “manifestação sobrenatural” do Espírito Santo de Deus.

Busquei por muito tempo e me frustrei, em parte, com essa caça aos dons espirituais. Eu queria presenciar as experiências sobrenaturais de Moisés, Daniel, Ezequiel, João, Isaías, Pedro e Paulo, todas de uma só vez. Mas durante este tempo eu acabei me esquecendo que o maior milagre do mundo, a coisa mais fantástica do mundo, é a minha, a sua, a nossa vida.

Somos seres maus, pecadores, safados e idólatras, mas mesmo assim Deus não desiste de nós e nos dá a graça de sermos aceitos por Ele diariamente. Mesmo sendo tão ruins, Deus resolveu dar seu único filho para que morresse em nosso lugar. Somos um milagre! Nossa vida é um milagre! Somos a manifestação do eterno amor e graça do Pai.

Isso é tão maravilhoso que Deus ainda nos muda através de Seu amor. Ele muda nosso ser e aos poucos vai retirando este velho homem para nos fazer à imagem de Seu filho Jesus. Isso é tremendo!

Não é só tremendo, mas também é demorado e doloroso. Acreditem: não há dom que seja tão difícil como a cruz. Podemos ser batizados em conferências proféticas, podemos receber o batismo do Espírito Santo em um simples culto, mas a mudança deste velho (e teimoso) homem é um árduo e diário trabalho.

Recentemente me indignou o fato do Lobão (o cantor) ter dito que “Kaká é Sandy & Junior de plástico”, que ele é um “hipócrita”. Na entrevista do Lance!net, ele se questiona em “como o cara mais notório do Brasil é um virgem evangélico” e por fim afirma que Kaká é o c...

O mundo não entende o que é o amor, o que é a transformação do Espírito, o que é ter a graça de ser mudado por Deus. O mundo ridiculariza essa postura. Mas mal sabe que isto é justamente o que ele precisa... ser mudado por Jesus.


Deixemos de lado os rótulos, as brigas denominacionais, as discussões sobre predestinação e livre arbítrio e nos voltemos a Cristo. Eu preciso Dele todos os dias da minha vida; preciso Dele hoje, agora. Você também precisa desta transformação. O mundo precisa conhecer o que vem a ser o toque maravilhoso de Jesus.

Deixe que ele atue em sua vida, quebre seus paradigmas, preconceitos, sofismas. Deixe que ele revele toda sua graça. Deixe que ele transforme sua conduta, seu coração, de forma que você seja inundado da plenitude Dele. Deixe que ele o use para influenciar o mundo. Deixe-se ser tocado por Ele. Apenas deixe.

Boa noite

quinta-feira, 31 de julho de 2008

A MARAVILHOSA GRAÇA DE SER COMPANHEIRO...

Não costumo fazer isso, mas hoje vou abrir uma exceção. Vou fazer uma homenagem! “E a quem?” deve estar pensando. Minha intenção inicial era manter o sigilo, porém não o farei. Pelo simples motivo de que não conseguiria mantê-lo até o final do texto, pois acabaria revelando involuntariamente ao longo da conversa.

Quero falar sobre o valor do companheirismo. Quero falar da Mariana, minha namorada. A princípio seria uma homenagem por mais um ano de vida, mas seria injusto demais, pois este texto não representa nem um centésimo do que ela significa para mim. Parece piegas, mas não canso de repetir Fernando Pessoa (que repetiu Álvaro de Campos), para quem as cartas de amor são ridículas, porém mais ridículo é quem nunca às escreveu

Apesar de nos conhecermos a uns dois anos, estreitamos nossa relação apenas no último ano. Desde que a conheci, parece que a vida me colocou uma série de desafios a serem cumpridos; assumi responsabilidades demais, algumas que pensei ser incapaz para realizar, porém pouco a pouco temos vencido (digo “temos” porque daí o tema do post sobre o valor do companheirismo). Antes que me perguntem se estou noivo, respondo: não estou. Mas em relação às “responsabilidades”, ocorre que ao fazermos 20 e poucos anos, após formarmos, quando passamos de adolescentes para adultos, quando começamos a ser uma referência para a garotada que vêm com seus 14, 15 anos, parece que as responsabilidades surgem de uma hora para outra. E seja para festejar, como para trabalhar, ela tem estado sempre ao meu lado.

Desde então, as coisas passaram a ficar velozes. Terminei a faculdade, me formei, passei na OAB, assumi os jovens da igreja, fui reprovado em concursos, quase passei em outros (desde o Banco do Brasil em 2003, nunca passei em outro, nem em provinhas para estágio...). Não sei como, mas a vida me fez amadurecer um bocado.

Mas isto não é uma autobiografia, mas trata-se de uma honraria. Por isso gostaria de falar sobre o companheirismo, porque apesar de namorados, somos também amigos. Nossas vidas não se resumem a sexo e agarração como o mundo propõe (até porque somos cristãos e nos mantemos virgens até o casamento...), mas é algo que tenho aprendido profundamente com a Mariana: o valor de ser companheiro.

O que me deixa maravilhado é que ela não me ensina o valor de ter um companheiro, mas o valor de ser, ou seja, o valor de se dar, doar, abnegar-se. Sua postura ao meu lado me constrange e faz com que eu a ame cada vez mais. Ela sabe que muito antes de receber algo, ela deve dar, e isso tem sido uma lição grandiosa em minha vida.

No último fim de semana, estivemos a frente de um acampamento evangélico onde tivemos a graça de ver Deus operar nas vidas. Queridos... não é um trabalho fácil montar acampamentos, liderar pessoas, superar limitações físicas, temporais, financeiras. Mas o que me deixou surpreendido é que, em todos os momentos, ao olhar para o lado, eu via a Mariana. Se estava a jantar, lá estava ela; se estava lavando pratos, ela os enxugava. São poucos que se dispõem a fazer o que for preciso só para estar ali do lado, acompanhando cada momento, ajudando no que for preciso, inspirando confiança ou animando quando tudo parece perdido.

Há tantas correntes de e-mail que ressaltam o valor de um amigo, tantos livros, tantos filmes, mas nada é tão fascinante como viver a amizade.

Nada é tão fascinante como andar, crescer, conquistar, superar, trabalhar, construir, incentivar – entre milhares de outros verbos – com outra pessoa. Mesmo que estas coisas pareçam insignificantes aos olhos mais descuidados, elas se tornam extremamente profundas e significativas em certos momentos, principalmente quando vemos que nossa vida levou outras a crescerem.



A amizade também é extremamente útil para nos ensinar. Por ser algo da vida (afinal, não nascemos com amigos) ela é uma escola na qual escolhemos os professores. Os amigos são mestres que mesmo calados ensinam profundas lições. Ela tem sido uma excelente professora. Eu poderia elencar dezenas de lições, das quais menciono algumas:

Aprendi que sendo companheiro, me torno mais feliz; mais do que se recebesse algo. Parece que minha vida tem mais profundidade, mais sabor, mais alegria, mais sentido.

Aprendi que prejulgar as pessoas é uma bobagem que nos impede de conhecermos o melhor delas.

Aprendi que tudo tem duas maneiras de falar, por isso devo escolher a melhor.

Aprendi que os bons momentos passam extremamente rápidos, por isso os aproveite da melhor maneira.

Aprendi que quase todas nossas intrigas são bobeiras egoístas, por isso devemos brigar apenas pelo que vale a pena.

Aprendi que sanduíches do Subway são os únicos que conseguem desmistificar que o Pit-dog é sempre melhor que o fast-food.

Aprendi que vale a pena perseverar em alguém.

Aprendi que Saint Exupéry é um gênio; relatou a vida com perfeição, mesmo que através de parábolas.

Aprendi que amor é estado de graça e com amor não se paga.

Falando em amor, aprendi que ele é semeado, cuidado, regado assim como uma flor.

E já que disse sobre elas, aprendi que as flores passaram a ter mais sentido depois que a conheci.

Acima de tudo, aprendi a dizer MUITO OBRIGADO! Logo... muito obrigado por cada minuto passado com você!

Queria consignar neste texto a minha imensa gratidão por aparecer em minha vida, como o sonho que desabrocha em flor.

A você, caro amigo, que agora me lê, não perca a oportunidade de pegar o seu celular e ligar para alguém dizendo que a ama. Seja sua namorada, sua mãe, seu pai, algum amigo(a), ou a velhinha que passa agora na rua. Apenas tenha o hábito de dizer as pessoas o quanto elas são queridas e o quanto você se importa com elas!

Boa noite

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A COLHEITA

Deus tem três características exclusivas, ou seja, que nenhum outro ser possui: onipresença, onipotência e onisciência. Respectivamente: está em todos os lugares, tem todo poder e sabe de todas as coisas.

Estes atributos tão excelsos parecem ser a razão da freqüência de seu nome no linguajar popular, onde ao menor perigo, preocupação ou espanto dizemos um eloqüente “Meu Deus do céu!”, “Meu Jesus!”, “Santo Deus!”, “Creio em Deus Pai!” e outros vícios de expressão.

A Palavra de Deus recrimina este tipo de atitude quando dizemos seu nome sem a honra e menção devida, ou seja, quando dizemos por dizer (Pv.20:7). Porém há algo ainda mais grave: a culpa que atribuímos a Deus por determinados acontecimentos de nossa vida.

Ouvi uma história verídica que me impressionou e revela muito bem o que eu quero dizer: Em 2005, um romeno resolveu processar a Deus por motivos muito “simples”. O homem se converteu e decidiu pelo batismo crendo que a confissão pública de sua fé o livraria de todos os males. Passados alguns anos, a prefeitura retirou a licença de funcionamento de seu restaurante e este tentou assassinar o fiscal que o autuara.

Preso, o romeno resolveu processar a Deus pelos seguintes argumentos: ele se convertera e batizara, então havia firmado um contrato com Deus, no qual a ele cabia adorá-lo e a Deus cabia protegê-lo de todo mal. O mal é fruto do Diabo, assim ele havia cometido o crime sob influência da entidade maligna. Logo, se Deus tinha a obrigação contratual de protegê-lo do mal então Ele havia descumprido sua parte no trato, sendo que “havia agido com traição, abuso e tráfico de influência”. No pedido da ação pleiteou a responsabilização de Deus, bem como reparação pecuniária pelos danos morais sofridos com a prisão, danos materiais pelo dinheiro que gastou com medicamentos e psicólogos e lucros cessantes pelo restaurante fechado e pelo tempo que ficaria sem trabalhar na cadeia.

A petição foi enviada ajuizada e encaminhada para o escritório do procurador, porém o processo foi extinto sem o julgamento jurídico porque não conseguiram citar (notificar) Deus para responder ao processo.

Esta situação, que é relatada como uma piada jurídica, na verdade é um tipo de humor pastelão espiritual que revela a falta de consciência humana sobre o que vem a ser Deus.


Há muitas formas para vermos Deus: pai, amigo, companheiro, consolador, redentor, salvador. Ele realmente é todas estas coisas, mas notamos que de certo modo a humanidade parece ter perdido o seu referencial sobre o que realmente venha a ser Deus quando o trata como gênio da lâmpada, um assassino ou um réu. Soam fortes, mas é como algumas pessoas o enxergam.

Não vem ao caso falar sobre as grandes campanhas de liquidação do céu, onde as pessoas se alucinam na expectativa de receber grandes bênçãos financeiras, mas sem intenção alguma de conhecer a Deus (adorar pelo que Ele é), nem a sua Palavra. Tampouco vamos tratar sobre os desastres, catástrofes, genocídios e fazermos a freqüente pergunta: “Se Deus é bom, porque ele permite que coisas ruins aconteçam?”.

O que me intrigou essas semanas foi a “condição” de réu. Deus, de Todo-Poderoso, passou, no caso do romeno, a ser considerado acusado pelo triste fim de sua vida.

A Palavra de Deus é enfática em dizer que o homem tem a liberdade de escolher o caminho que bem entender. Porém a impressão que temos é que, em se tratando de escolhas de vida, nós decidimos ao nosso próprio bem-querer e deixamos toda a responsabilidade a cargo de Deus. Não é o correto, pois a liberdade pressupõe responsabilidade.

O simples fato de crermos em Deus não nos exime da culpa e das conseqüências que advêm das escolhas que fazemos. Somos responsáveis pelos nossos próprios atos, como já disse o profeta Jeremias em suas lamentações: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” (Lamentações 3:39). Aliás, esta é um assunto freqüentemente tratado pela Bíblia, a começar do Gênesis onde o homem teve sua condição modificada em função de seu próprio pecado.

Ao ouvirmos a história adâmica, geralmente pensamos que a expulsão do jardim, as dores, a necessidade de trabalhar, o corpo corruptível e a separação de Deus são castigo divino. Pensamos em um Deus nervoso, bravo, como um pai com cinto em mãos para bater nos filhos teimosos. Pensamos em anjos com espadas flamejantes fazendo caretas para Adão a cada vez que este olhava para o Éden. Pensar assim também é um engano que nos acomete nas primeiras lições de Escola Bíblica Dominical...

Deus havia ordenado a Adão que não comesse do fruto da árvore do bem e do mal, porque Deus queria que nós conhecêssemos apenas o bem, que dependêssemos dEle e de Sua Palavra. Mas o homem resolveu trilhar seu próprio caminho; resolveu fazer ele mesmo os seus juízos de valores, se libertar da dependência de Deus e conhecer o mal.

Deus atendeu a vontade do homem. Se queriam ser tão livres, então que providenciassem sua própria subsistência, sentissem a dureza do mundo, tivessem dor. Afinal queriam se igualar a Deus, mal sabendo que Deus trabalha, chora e sente dores (Duvida?! Basta o exemplo de Jesus que sendo homem é totalmente Deus e sendo Deus está em um corpo humano). Conclusão: ao comer do fruto do bem e do mal, o homem expulsou a si próprio do jardim.

E isso, queridos, não é um exemplo de culpa de Deus, mas é um reforço de que desde o princípio do mundo o homem é responsável pelos seus próprios atos. O romeno é o responsável pelo crime que cometeu.


Deus não merece ser tratado como réu de nossas vidas. Não merece essa “imputação objetiva” de nossos atos. Deus nos deu a liberdade de vivermos, a liberdade de escolhermos que caminhos iremos seguir. Ele não construiu robôs que repetem “Aleluia” e “Eu te amo”, ele construiu seres extremamente complexos com capacidade para amar ou não. Ele não quer ser um ditador supremo, mas que se revelar como o Pai de Amor e deseja ser amado voluntariamente. Cabe a nós amá-lo ou não.

Nossos atos, nossos pecados, nossas escolhas ditam quais as conseqüências que colheremos. Um trecho bíblico reflete muito bem esta questão: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” (Gálatas 6:7,8). Este é o princípio da colheita que é resumido na máxima popularmente difundida de “nós colhemos tudo aquilo que semeamos”.

Por isso, faça valer a sua colheita. Ao invés de ódio, ira, inveja, dissensão e outros pecados, semeie amor, gozo, paz, bondade, benignidade, longanimidade, mansidão, domínio próprio, temperança (Gálatas 5:22-25). Com toda a certeza teremos uma colheita espetacular, ou sendo mais técnico: sobrenatural. Uma colheita de vida abundante. Uma colheita celestial. Decidindo fazer o bem, bem colheremos. Decidindo viver no Espírito, no Espírito viveremos. Vale a pena semear!


Boa semana!

Ps: estamos tentando melhorar o site, para tanto, disponibilizamos música para ouvir enquanto visita o blog. Basta clicar na fita K7 no rodapé da página para escutar uma seleção de algumas de minhas músicas favoritas!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

“MUITO OBRIGADO” E A HISTÓRIA DE PERSEVERANÇA DE UM MODESTO “ESCREVEDOR”.

No português há uma figura chamada “metalinguagem” que é a propriedade da língua de se referir a ela mesma; é utilizada, por exemplo, nas gramáticas e dicionários. O que me interessa nesta noite está sensivelmente ligado ao português: trata-se do destinatário. Ou seja, você.

O processo de comunicação ocorre da seguinte maneira:

O emissor (Eremita Urbano) envia uma mensagem (o post) ao receptor (o querido leitor). Esta mensagem possui um referente (o tema da mensagem, o conteúdo, o objeto) suscetível de ser verbalizado, e que deverá ser apreendido pelo destinatário. No entanto, para que isto ocorra também é necessário que o emissor e o receptor disponham de um código comum (a língua portuguesa), no todo ou em parte, e que exista entre ambos um contato, uma conexão física ou psicológica (este blog).

Superados estes chatos conceitos lingüísticos vamos ao ponto.

Em meados do sétimo período da faculdade de Direito descobri que tinha um grave problema: não sabia escrever (e ainda não sei, mas tento a cada post...). Na época trabalhava em um escritório de advocacia e não raramente recebia um esculacho do tipo: “Não entendi nada desta petição! Que quizila!” – completado por um desabonador: “Eu quero cortar meus pulsos de vergonha destes estagiários que não sabem escrever!”. Por fim: eu realmente não sabia escrever. Era tudo muito complicado, concordar a concordância, desrendundar o redundante, concatenar o inconcatenável...

Essa deficiência não me afligiu somente no trabalho, mas minha monografia parecia complexa demais para ser escrita. Eu tinha um tema desacreditado, um professor que é a maior autoridade no assunto, pouco material escrito sobre o tema e muitas críticas sobre minha cabeça.

Por alguns momentos pensei que não conseguiria peticionar melhor ou que não conseguiria desenvolver o tema proposto em meu pré-projeto de monografia. Foi quando tive uma idéia. Aliás, uma das melhores idéias de minha vida! Resolvi escrever!

No mesmo dia, cheguei da faculdade e por volta das 23hrs comecei a montar um blog. Não tinha grandes pretensões, queria que fosse somente uma maneira divertida de treinar. Escrever com figuras. Colocar fundos e mudar fontes. Parecia criativo. Mas faltava uma coisa: sobre o que eu iria escrever? Sobre os pássaros? Sobre a paz mundial? Sobre geopolítica? Sobre religião? Sobre o degelo das camadas polares? O quêêêêêêêêêêê?

Resolvi não inventar e, em homenagem àquele momento (as recentes pressões que sentia de todos os lados pela pecha de “analfabeto”), escrevi um questionamento com um (isto mesmo.... um) parágrafo:

“Porque as coisas são assim? Há certas coisas na vida que nos confundem. Queriamos que fossem de um jeito, mas saem ao contrário. Eu clamo que o SENHOR seja meu farol no meio desta tempestade e que após a noite, o sol brilhe mais forte que nunca!” (
http://www.fotolog.com/sustao/16486541)

Dei-me por satisfeito naquela noite e fui dormir. Ora, um parágrafo já era de bom tamanho para quem estava tendo problemas em escrever meros bilhetes de recado!

O parágrafo me empolgara, fiquei ansioso para chegar em casa e escrever outro. Escrevi um texto, com uns quatro parágrafos sobre minhas impressões musicais. Era somente uma atividade, nada mais.

Mas como iria saber se estava melhorando? Precisava de alguns examinadores, para dar o seu oportuno pitaco. Chamei o Diegão para dar uma lida. Chamei a July. O negócio começou a empolgar.

Com o tempo os erros foram diminuindo, passei a escrever mais rápido. Gastava em torno de três a cinco horas para escrever um pequeno post. Novas pessoas foram chegando, palpitando, aderindo, rejeitando, discordando, assentindo, descrençando, adorando... Havia uma profusão de críticas, sugestões e pessoas envolvidas.

O tempo passou, a monografia rendeu, e chegou a hora de entregar a versão final. Uma semana antes de apresentar a monografia, o professor co-orientador me chamou em seu escritório. Um homem que lecionava a mais de 45 anos; o professor de D. Agrário com mais tempo em atividade no país. Disse-me que havia lido minha monografia, folheou o trabalho, fez algumas críticas e ao final, quando me levantei para ir embora, perguntou: “como você fez para escrever tão bem? Há uma maturidade vocabular na sua escrita que não se encontra nem nos trabalhos de mestrado!”.

Não me iludo achando que sou um profissional. Muito menos. Não me iludo achando que escrevo bem. Estou apenas nas primeiras linhas. Mas por um momento eu não acreditei que estava escutando aquilo; haviam sido tantas críticas nos últimos meses que eu não alimentava um elogio daquele. Contei a ele a história que já narrei até este ponto: desde as broncas até aqueles dias. Entre textos publicados e não publicados, já haviam sido uns 80 textos. Cada um deles havia ajudado a chegar ali.

Mas nem sempre há ânimo suficiente para continuar. Recentemente me vi tão desestimulado com esta vida de blogueiro, que pensei sinceramente em parar de escrever. Uma ingratidão por tudo que havia aprendido havia me tomado e, por alguns dias, parecia que não havia construído nada. A decisão estava tomada. O Eremita Urbano ia deixar de existir ... ia deixar... até a manhã de domingo do Dia das Mães.

Estava no culto, Mariana ao meu lado, um sono terrível, bocejos involuntários. A pregadora do culto era uma conhecida de nossa família, desde que eu havia nascido: Adriana, mãe da Cacá.

Em meio à homenagem dos dias das mães, ela olhou para mim (e me pegou de surpresa num bocejo que parecia engolir o mundo) e disse que tinha meu blog em seus “Favoritos”. Aquilo foi uma surpresa, um renovo na minha descrença de blogar. Rematou dizendo que “o ‘Eremita Urbano’ era um instrumento de edificação da Igreja e que nunca poderia parar de escrever, pois havia muitas pessoas que eram ajudadas pelo blog”. Era exatamente isto que eu precisava para continuar.

Renovado, com algumas idéias em mente, resolvi fazer uma experiência: coloquei um contador de visitas esperando que até o final do ano conseguisse umas 50, talvez 70 visitas. Cria que poucos amigos entravam no blog e queria apenas me divertir com mais um recurso para a página.

Neste exato momento, aproximadamente três meses, o blog conta com exatas 547 visitas. Superando em aproximadamente 11 vezes minha expectativa inicial em um tempo três vezes menor. Confesso que quase chorei quando atravessamos as 500 visitas!

Queridos, não estou me gloriando. Sei que há muitos blogs que superam (muito mais!) esta marca em apenas um dia. Não me sinto o Philip Yancey nem o Max Lucado brasileiro. Oxalá se um dia puder chegar a este ponto! Mas ainda sou um modesto “escrevedor”, que indica seu blog a poucos amigos, que tem indicados outros e outros e outros; alguém que ainda se diverte em procurar fotos que combinem com o texto (e esta tarefa é hilária!)

Apenas posso dizer:

Muito obrigado a todos que lêem este blog. Espero que o Espírito Santo esteja chegando a vocês através deste instrumento! Espero que o SENHOR Jesus Cristo tenha edificado vossos corações! Espero que tenha ocorrido cura, libertação, salvação e paz através deste blog! Obrigado!

E a lição que quero passar com esta experiência: perseverança! O negócio é nunca desistir! Avançar e não retorceder! Os que retrocedem o fazem para a perdição, mas os que perseveram conservam a vida. Jesus disse: “... Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc.9:62). Não podemos abrir mão de nossos sonhos e dons, mas devemos continuar acreditando (aqui leia: ter fé!) no propósito de Deus para nossas vidas. O SENHOR não tem prazer naqueles que retrocedem!


Se eu desistisse deste blog, não teria a grata experiência de chegar aos 500 visitantes, de receber revelações por parte dos irmãos, de ser uma benção nas outras vidas. Há momentos que temos a vontade de jogar tudo para o ar, mas não devemos insistir nesta idéia. Nas palavras de Nelson Hungria, retroceder é coisa para aqueles que tomam “a carta dos covardes e pusilânimes”!

Persevere e seu milagre chegará! O meu chegou onze vezes maior e três vezes mais rápido!

Boa noite!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A CHAVE MESTRA

Eram mais ou menos nove e meia da manhã, tempo ensolarado, mas nebulosa para mim que estava extremamente cansado dos últimos dois dias. A Igreja estava medianamente cheia, na fileira central havia mais gente, nas laterais havia apenas méia dúzia de pessoas que assistiam o culto. A escala de diáconos do mês de junho ainda não estava afixada no mural, mas como o culto da escola dominical é mais vazio e tranqüilo estava satisfeito em sentar no último banco, da última fila – próxima a porta de entrada – para que pudesse estar de sobreaviso, caso a pregadora ou o pastor precisassem de ajuda.

Enquanto a igreja lia um texto bíblico, um rapaz adentrou o templo. Parecia procurar alguma coisa ou alguém. Ainda não havia sido notado, exceto por mim que fiz um “psiu” quase inaudível mas suficiente para lhe chamar a atenção. Chamei para que se sentasse ao meu lado. Ele veio, cruzou os dedos, os meteu entre as pernas e, por alguns segundos, curvando seu pescoço, perguntou quem era o pastor.

Apontei para o homem sentado na primeira fileira e o rapaz torbou a perguntar se a igreja tem o costume de ajudar quem necessita.

Sem saber o que dizer, a única coisa que me veio à cabeça foi a caridosa igreja de Efésios, relatada no livro de Atos dos Apóstolos. Lembrei-me do trabalho social dos varões e o respondi afirmativamente.

Quando voltava a assistir o culto, notei que alguns jovens me olhavam com certa curiosidade, tentando descobrir quem era aquele visitante que trajava uma camiseta preta do Evanescence.

O braço direito trazia uma grande tatuagem tribal, que fazia par com o braço esquerdo todo marcado de costuras, pontos e marcas de tiro. Perguntei se ele já era cristão e disse que não – mas rapidamente completou que seu pai era da Renascer. Aliás, estava ali por sugestão dele, o qual lhe disse ser Deus a única solução para seu problema. Durante alguns minutos estivemos assistindo o culto até que passei a lhe perguntar o trivial: filhos, casamento, mora onde, “faz o quê”, até que o jovem parou por um tempo, olhou fixamente para o ar e resolveu tornar-se o inquiridor.

Devolveu-me o “faz o quê” – a pergunta que mais comum a mim nestes tempos – e respondi que estudava para concursos. Ele meneou com a cabeça rapidamente e repetiu minha resposta, quando interrompi seu suspiro para emendá-la dizendo que sou advogado.

Naquele momento, ele me olhou e seus olhos pareciam brilhar, começou perguntar minha idade, se eu era casado, se tinha filhos, se era noivo, se eu era membro daquela igreja mesmo e por fim, olhou para o lado esquerdo, colocou a mão na boca e me confidenciou:

- Cara... acho que você era a pessoa certa para mim falar. Eu passei quatro anos e meio no Carandiru por tráfico de drogas, mais alguns 121
* que eu cometi.

Geralmente, quando isso acontecia comigo na assistência judiciária eu regalava os olhos e exclamava com um enfático: “Oooooooohhhhhhhhhhhhhhhh”. Mas não havia tanta força para me surpreender naquela manhã, então apenas lancei um singelo “é mesmo?!” e voltei a assistir o culto.

O rapaz continuou a me contar sobre o que acontecia no Carandiru, sobre sua vida, o início de seu envolvimento com o tráfico, o que fazia antes e sobre seus pais. A igreja tem ajudado o rapaz. Não é nesta figura que eu quero focar.

Geralmente escrevo sobre questões de fé, e principalmente voltadas para quem já é cristão, está inserido no contexto de igreja e etc. Hoje meu desabafo terá um tom político.

Durante estes dias ando a pensar nos rumos que nosso país tem tomado e quais as soluções possíveis para que ele possa sair deste painel de corrupção e miséria. Sinceramente não tenho tido tanto ânimo quando analiso da ótica secular – e daí tudo volta à fé, religião e Deus.

A capa da Veja da semana passada fez um paralelo entre o país que temos e o país que queremos; a situação híbrida que torna o Brasil um país de primeiro mundo ao mesmo tempo em que o desclassifica como um terceiro mundo.

Os problemas estão aí. Todos sabem quais são. Temos Caos e CPIs para tudo. Temos um vergonhoso número de escândalos políticos e um (mais vergonhoso ainda) número de impunidade. Donos de um dos maiores PIBs do mundo, mas também senhores de altas taxa de criminalidade, mortalidade infantil, subnutrição, caos aéreos, fraudes e outro sem-fim de problemas. Parece faltar força de vontade ao país, faltar brio aos governantes (e nestas horas, a morte do Ilustre Sen. Jefferson Péres se faz cada vez mais sentida), parece faltar moral à nação.

Desta forma, assim como para o rapaz na igreja, para o Brasil não há outra solução senão Jesus Cristo. Será que a nação cujo Deus é o SENHOR é uma nação sem rumos, sem futuro, sem perspectivas? De fato, ainda não podemos ver esta realidade pela ótica humana, mas podemos ver pela fé profetizar o versículo “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que Ele escolheu para Sua herança.” (Sl. 33:12).

Essa visitação do SENHOR era o que eu pensava enquanto me dirigia ao carro após o cursinho. Precisamos de um avivamento em nosso país urgentemente; precisamos de um avivamento em Goiânia. Há quem diga que estamos vivenciando um, mas a cada dia que passa sou obrigado a discordar desta afirmação. Nós vivemos uma era de fashion cristianism, onde a moda é ser crente. A Gretchen é, a Monique Evans é, a Leila Lopes é... e todas fazem ensaios e filmes sensuais. Daí me pergunto: “este é o tipo de cristianismo que vai trazer Deus para o senhorio de nosso país?” Estou certo que não.

Outra barreira a esta vinda do Espírito Santo sobre nós é a proliferação de denominações. Não recrimino a quantidade de nomes (e alguns até estranhos) e templos que surgiram, mas não entendo uma coisa: “se Deus é um só, se Jesus orou para sermos um assim como Ele é com o Pai, então porque nossas igrejas digladiam na busca de membros? Porque elas falam mal umas das outras para atrair os membros menos resolutos? Sinceramente vejo que não foi essa a intenção de Jesus ao orar pela unidade do corpo...

Quando a presença de Deus está em um país, quando começamos a vivenciar a promessa do Sl.33:12 e então vemos significativas (e positivíssimas) mudanças. Desde saneamento básico até a credibilidade no mercado externo elas ocorrerão. Deixaremos de ser um potencial para nos tornar em realidade; quiçá (e digo este “quiçá” apenas por charme, pois tenho plena certeza!) deixaremos de ser cauda para sermos cabeça!

Não há solução para mim, para você, para o jovem que cumpriu pena no Carandiru e precisa alimentar seus quatro filhos, não há outra solução para o Brasil; a chave mestra para tudo e todos é o Senhor Jesus!



* Refere-se ao crime de homicídio, previsto no artigo 121 do Código Penal Brasileiro.