quinta-feira, 1 de novembro de 2007

A VIDA DE JOSÉ: REFLEXÕES PRÁTICAS PARA A NOSSA JUVENTUDE

Todos temos sonhos. Ora, o homem que não sonha é um homem morto. Porém quais os sonhos, as promessas do SENHOR, que ainda não se realizaram? Sonhos de prosperidade, de casamento, de ministérios, sonhos profissionais... E a quanto tempo aguardamos estes sonhos?

Uma vida não é apenas para ser vivida, mas deve ser uma vida de devoção. Nossas vidas devem ter um propósito. Quem não tem sonhos de Deus para sua vida coloque a barba de molho ... há algo de errado.

Antes, uma breve incursão nesta pós-modernidade caótica. Fato é que somos uma geração imediatista, temos comunicação imediata através de e-mails, telefones, celulares, skype, msgers; compramos qualquer coisa pela Internet sem ao menos sair de casa; experimentamos de informações em tempo real através da Internet e dos noticiários 24h, e; em uma pretensão de onipresença, podemos estar em qualquer lugar através de um click no Google Earth....

O cinema e a televisão criaram a ilusão de que as pessoas precisam esperar apenas uma hora para resolverem seus problemas e conseguirem o que desejam. Porém não podemos nos deixar enganar pensando que isso acontece na vida real. A paciência é mais difícil quando mais precisamos, porém é a chave para alcançarmos nossos objetivos.

Houve na Bíblia um jovem que experimentou a dura espera pela realização de seus sonhos, assim como todos nós em dado momento de nossas vidas. José , quando tinha 17 anos, sonhou literalmente com o propósito que Deus tinha para a sua vida (Gn. 37: 4-11).

Sua história pode ser resumida em poucas linhas : José era um jovem, filho caçula de Jacó que dentre dez irmãos era o preferido. Porém tinha um orgulho e uma autoconfiança muito grande além de ser dedo-duro. Certa feita, seus irmãos, movidos de ciúmes, decidiram se desfazer dele e o jogaram em um buraco. Seus irmãos disseram ao seu pai que José tinha sido morto, e ele ficou profundamente triste.

José foi achado por mercadores, e vendido como escravo para Potifar, chefe da guarda no Egito. Porém, sendo ele um cara bonitão, a mulher de Potifar tentou seduzi-lo e, não conseguindo, o incriminou dizendo que tentou ter forçá-la para se deitar com ele.

Devido a este incidente, José foi levado preso e na cadeia passou um longo período, mas mesmo lá Deus o prosperou e fez com que conquistasse a confiança dos guardas, e ele se tornou um administrador informal da prisão.

Durante sua estadia na prisão, dois presos tiveram sonhos e José os interpretou e, assim como revelou, os sonhos aconteceram. Passado algum tempo, Faraó teve dois sonhos e nenhum de seus adivinhadores puderam interpretá-lo até que o dom de José chegou a seus ouvidos. Faraó mandou chamá-lo e José interpretou os sonhos de Faraó. O sonho dizia respeito ao futuro do Egito: durante os próximos 7 anos haveria abundante prosperidade seguidos de 7 anos de seca e fome. Faraó então se surpreendeu e colocou José como Governador do Egito, para que pudesse gerir toda a situação de forma que o Egito ficasse suprido durante os anos de dificuldade.

Passados os 7 anos de fartura, houve fome sobre a terra inclusive sobre a casa de seu pai. Então Jacó mandou seus irmãos ao Egito para que comprassem comida. E chegando lá, se deparam com o governador que não revela ser seu irmão pseudo-morto. Voltam a sua terra, e depois de algumas situações, seu pai os acompanha até o Egito e encontra o filho que pensava estar morto.

Desta história podemos tirar algumas lições:


1 – Não podemos sucumbir diante das dificuldades: José foi vendido pelos seus irmãos (Gn. 37:27-29). Eles estavam indignados com José ao ponto de procurarem matá-lo para que seus sonhos fossem enterrados som ele: “Vinde pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma besta-fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos;”v.20

Mais tarde, enquanto José estava preso se refere novamente a cova de seus sonhos:
“porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampuco nada tenho feito, para que me pusessem nesta cova;”

Se quisermos matar um homem então matemos o seu coração. Sun Tzu, escritor da Arte da Guerra escreveu que o guerreiro deve dominar seu próprio coração. Também disse que se queres vencer seu inimigo, ataque o seu coração: ou seja, desmoralize-o, ataque aquilo que lhe é valoroso e ele se enfraquecerá.

Zé Ramalho, em uma de suas músicas, também reconhece que o homem sem seus sonhos é um homem morto. Se quisermos matar um homem, então matemos seus sonhos!


2 - Não há dificuldade tão grande que possa impedir que os sonhos de Deus não se realizem em sua vida: Muitos acham que o cristianismo deve oferecer uma vida livre de problemas. Conseqüentemente, quando surgirem as provações, eles se retiram desapontados, quando deveriam decidir permanecer em Deus durante a tempestade. Os problemas e as dificuldades são inevitáveis; você só precisa vê-los como oportunidades de crescimento. Não se pode prevalecer com Deus a menos que haja dificuldades a vencer.


3 - Somos moldados durante as dificuldades: José sendo jovem, vangloriou-se dos seus sonhos. Como homem feito, porém, não ostentou sua condição superior, e não sentiu necessidade de dizer: “Eu não disse?! Eu não disse?! Eu não disse que vocês iriam se ajoelhar diante de mim?!” As dificuldades o fizeram ver que nossa condição humana não tem valor algum. Somos realmente completos quando encontramos expostos à realidade da cruz.
José passou aproximadamente 11 anos na prisão, tempo em que percebeu que a condição de preferido do seu pai não lhe salvara da dor. Percebeu que havia mais do que uma mera injustiça por parte de seus irmãos, mas um universo de coisas que deveria ser mudado em sua vida para que o propósito de Deus se cumprisse.

Essa jornada de preparação para recebermos nossos sonhos realizados é duríssima. Mau pai sempre diz que “os heróis são assim tornados por apenas 1% de sua vida, que significa os atos heróicos. Os demais 99% referem-se a preparação para o heroísmo.” O sucesso, a fama, a vitória não vem em um passe de mágica, nem com o gênio da lâmpada... precisamos estar preparados para conquistarmos nosos sonhos!


4 - Nem sempre será assim: Uma fábula oriental conta história de um rei e um sábio:

“Um
rei pedira ao homem mais sábio de seu reino que escrevesse algo para ser lido apenas num momento realmente desafiador, nas situações difíceis. Tempos depois, o reino foi atacado, e o rei teve de partir, sem nada para o exílio. Na solidão amargurada, leu enfim a frase que o sábio lhe escrevera: “nem sempre vai ser assim”. Mais tarde, o rei reconquistou o que perdera. Ao vê-lo triunfante, o velho sábio disse-lhe para se lembrar da frase também nos dias de júbilo. É que o homem sábio deve estar preparado para o êxito e o fracasso.”


5 - Por isso também precisamos estar preparados para a prosperidade: Por mais que parece contraditório, a prosperidade também se apresenta com um empecilho para alcançarmos os sonhos de Deus. Muitas vezes nos acomodamos com a falsa impressão de êxito e deixamos de perseguir um propósito mais excelente.


6 - Quando o tempo chega, devemos estar prontos para a oportunidade: Nossas oportunidades mais importantes podem ocorrer quando menos esperamos. José foi trazido apressadamente da masmorra até a presença do Faraó. Ele teve tempo para preparar? Sim e não! Ele não foi avisado que seria subitamente tirado da prisão e questionado pelo rei. Ainda assim José estava pronto para quase tudo devido ao seu profundo relacionamento com Deus. Não foi o conhecimento de José sobre sonhos que o ajudou a interpretar o significado dos sonhos de Faraó, e sim, o seu conhecimento de Deus: “E disse Faraó aos seus servos: Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus?” (Gn 41.38)

Esteja preparado para as oportunidades conhecendo melhor a Deus. Então você estará pronto para contar com Ele quando as oportunidades surgirem em seu caminho. José era um homem preparado para as situações que lhe eram postas. Não devemos rejeitar o crescimento acadêmico, cultural, físico, mental, moral, espiritual achando que nunca precisaremos disso. Devemos ser muito mais que simples obreiros, devemos ser obreiros excelentes, qualificados, não somente na Palavra, mas estudando, culturalmente. Devemos glorificar a Deus em todos os aspectos de nossas vidas!


7 - Percebemos que o todo o caminho foi parte de um plano divino: Deus usou até as más ações dos irmãos de José para cumprir seu plano definitivo. Ele enviou José adiante para preservar suas vidas, salvar o Egito e preparar o caminho para o início da nação de Israel. Deus é soberano. Seus planos não são ditados por ações humanas. Como disse José a seus irmãos


CONCLUSÃO: O QUE DEVEMOS APRENDER COM A VIDA DE JOSÉ?

Podemos extrair algumas máximas:

Nossa vida não foi criada apenas para ser vivida, mas temos um motivo maior para viver.

Nossas dificuldades, nossas carências não podem impedir que o SENHOR cumpra o que Ele mesmo planejou em nossas vidas.

Nossas vitórias e sucesso também não podem ser motivo para estaganarmos na fé e deixarmos de caminhar no propósito que Ele planejou para nós.

Devemos estar preparados para a oportunidade, não uma preparação humana somente, mas uma preparação espiritual.

Só há uma pessoa que pode nos impedir de cumprir este propósito: nós mesmo!





Boa noite e bons sonhos!