Num lapso de segundo toda minha vida cristã passou como um flash, como um filme cujo o final era uma análise à luz daquelas palavras: minha vida tinha um motivo para viver?! Eu tinha um motivo para morrer? Pensei sobre o fim dos tempos, mesmo na mente adolescente formada pelas aulas de Escola Bíblica Dominical, misturada com alguns mitos e terrores que o Apocalipse nos incute; pensei nos últimos meses e me dei conta de quanto minha vida era sem sentido se observada por este ângulo.
Ora... manhãs no colégio, tardes estudando e jogando bola, cinema no sábado e cultos ao domingo não pareciam ter tanto sentido do ponto de vista da eternidade. Talvez hoje eu dissesse “a frase” do filme Gladiador: “o que fazemos nessa vida repercute na eternidade”.
O tempo que estive na América foi o mais marcante de minha vida, e talvez muitos me acusem de antipatriotismo, mas não foi pelo fato de estar nos EUA. Mas foi o tempo em que conheci o Espírito Santo. Ainda não era batizado no Espírito, mas em certas reuniões eu presenciava uma presença divina como ainda não conhecia. Algo que realmente levarei comigo durante toda minha vida pela intensidade como Deus se revelou em certas ocasiões.
Não vou ficar nesse saudosismo. Vamos adiante.
Essa semana, me encontrei com um povo muito querido, irmãos que tem entregado suas vidas a uma causa que popularmente chamaríamos de “nobre”. O Pr. Nivaldo , Pr. Osney e seus discípulos africanos. Este segundo pastor, juntamente com sua família, tem dedicado sua vida a uma missão que poucos querem: salvar vidas na Africa. E digo mais: salvar em dois aspectos: tanto fisicamente ao dar comida, ensiná-los a cultivar, ao ajudar em suas necessidades, como espiritualmente, pregando-lhes a palavra de Deus.
Sob uma ótica humana, seria até irônico ele dizer que “estava tudo bem” de forma tão eloqüente, tal as dificuldades que havia passado nos últimos tempos. Este servo do SENHOR esteve muito doente no ano passado e recentemente sua família esteve gravemente adoentada pela Malária.
Novamente no Brasil, dias atrás, no caminho do squash, ouvia o Pr. Aluízio pregar no rádio sobre a cruz. Em dado momento ele afirmou que cada vez que nos dispomos a fazer a obra de Deus, negando assim, a nossa carne, estamos morrendo. A cada vez que nos dispomos a consolidar um irmão, a pregar o evangelho, a fazer a obra, a orar (!), estamos morrendo para que outros tenham a vida eterna.
Fazemos muito pouco e nos contentamos. O pior não é fazermos pouco, mas é contentarmos com isso. Não prego o ativismo desenfreado, pois ele é tão nocivo quanto nossa inércia. Mas a questão é: temos uma direção clara sobre o objetivo das nossas vidas? Temos um ciência do papel que Deus nos deu para desempenharmos neste mundo?
O irmão correu com sua melhor roupa durante 8 km em florestas úmidas da África! E pensar que muitas vezes temos dificuldade para arrebanhar voluntários que se disponham a trabalhar como servos em um churrasco da igreja. Aqui não há irmãos que se disponham a serem simples churrasqueiros, “arrumadores” de caixa de gelo, “buscadores” de irmãos na porta da igreja, etc. Lá encontramos irmãos que dão a sua melhor roupa, sua saúde, sua vida....