quarta-feira, 26 de novembro de 2008

SETE RAZÕES PARA NÃO NOS PREOCUPARMOS - PARTE III

3 – Preocupar-se é mais prejudicial do que útil.

“27 E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?”

Tem uma pessoa que me deixou profundamente frustrado: meu pediatra. Ele me prometeu que eu ficaria com no mínimo 1.85mt e aqui estou... em forçados 1.70mt. Ainda pretendo processá-lo por defraudar minhas expectativas...

Ficarmos ansiosos quanto ao futuro não é apenas uma desonra para Deus, mas é também inútil. O SENHOR demonstra isso com uma pergunta: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?”. Queria eu acrescentar 15 cm à minha estatura sem ter de me submeter àquela cirurgia, comum na China, para aumentar as pernas, mas não posso.

Acrescentar alguns centímetros ainda é bem mais fácil do que nos preocuparmos com a existência de todas as necessidades futuras. São inúmeras, fogem ao nosso controle! Homens que criaram fortunas de uma vida estão perdendo bilhões em poucas semanas....

Além disso, a ansiedade nos impede de vermos as coisas com clareza. Recentemente passei por isso em uma audiência na Câmara dos Vereadores. Estava eu apenas assistindo a audiência, quando, pelo fato de ser advogado, me chamaram para compor a mesa. Logo pensei: “o que eu vou fazer lá se nem sei do caso?!” Mas, como o lugar que eu estava era bem apertado, resolvi me assentar juntamente com as partes e os vereadores.

A audiência começou e o presidente da Comissão foi oportunizando a palavra a cada um dos integrantes. Um a um foram falando e eu ali, quieto e pensando em uma saída para o futuro vexame que me esperava. Até que em certo ponto comecei a recitar algumas máximas para mim mesmo: “1 – Fique calmo; 2 – Você não pode sair por baixo; 3 – Vai dar tudo certo!”. Ali em diante, comecei a pensar em uma saída. Peguei um pequeno rascunho e comecei a esboçar um discurso. Quando fui chamado a me manifestar a idéia já estava pronta: apresentei-me, saudei a Comissão de Vereadores parabenizando-a pelo trabalho e comecei a falar difícil dizendo que o caso me atraíra até ali por ser uma “clara manifestação da aplicabilidade dos direitos e garantias fundamentais ao processo administrativo, em especial o devido processo legal e seus princípios decorrentes” citando as aulas do Profº Marinoni.

Nada melhor poderia ter ocorrido! Uma dica: penso que falar difícil é o primeiro passo para aparentar cultura. Creio que poucos entenderam o que eu disse ali (e isso é notado quando outros o parabenizam dizendo: “falou bonito!”), exceto o advogado de uma das partes que me elogiou, porque acabei auxiliando-lhe em sua defesa (mal sabia ele que minha intenção era me livrar do vexame e não defender alguém...). De todas as formas foi uma experiência e tanto sobre como a calma nos dá um estado de espírito ideal para sairmos das situações mais inusitadas!


4 – Deus não ignora aqueles que dependem dEle.


“28 E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; 29 E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30 Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?”

Neste versículo, Jesus nos traz a promessa de Deus a todos os seus filhos nesta era de aflições e incertezas. Deus prometeu tomar todas as providências para nosso alimento, vestuário e demais necessidades. Não precisamos preocupar-nos nesse sentido, mas fazer a nossa parte e deixá-lo reinar em nossa vida.

De forma íntima, este tema se alinha ao eterno dilema humano da auto-suficiência. A humanidade busca, em suma, uma coisa: ser auto-suficiente. Assim foi na queda Adâmica, na torre de Babel, no Renascimento ou atualmente na clonagem. Queremos produzir tudo sem interferências celestes, desde alimentos até a vida!

Aliás, esta é a falácia que Satanás utilizou com Adão e ainda utiliza hoje de diversas maneiras, seja através da ciência, seja através do atual sistema pecaminoso. Satanás se satisfaz com menos que a própria adoração; o mero fato do homem não reconhecer o senhorio de Cristo na sua vida já é um triunfo.


5 – A preocupação demonstra falta de fé e de entendimento a respeito de Deus.

“31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32 (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;”

O poder de Deus é tão grande que, além de criar o mundo, Ele preserva este mesmo mundo que criou, provê as necessidades de sua criação e governa o mundo, dirigindo os eventos da história que acontecem segundo sua vontade permissiva e seu cuidado.

Depois de criar os céus e terra, Deus não deixou o mundo à sua própria sorte. Pelo contrário, Ele continua interessado na vida dos seus, cuidando de sua criação. Deus não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo, deu-lhe corda e deixa acabar essa corda lentamente até o fim; pelo contrário, Ele é o Pai amoroso que cuida daquilo que criou. Esse maravilhoso cuidado de Deus para conosco é o que chamamos de “provisão divina”.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SETE RAZÕES PARA NÃO NOS PREOCUPARMOS - PARTE II

2 – Preocupar-se com o futuro prejudica os esforços que você está dedicando ao presente

“26 Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt.6:26)

Jesus, ao falar sobre as aves do céu, revela o cuidado de Deus em prol de suas criaturas; elas nos ensinam quanto é desnecessário nos preocuparmos. Elas não semeiam, nem colhem, nem fazem poupança, fundos de investimento, seguro de vida, compram ouro, dólares ou euros...

Portanto se na hierarquia da criação divina valemos muito mais do que as aves, então é certo que deveríamos esperar que Deus tome conta das nossas necessidades.

Isso não quer dizer que deixaremos tudo a cargo de Deus, gastando nosso dinheiro inconseqüentemente, tornando-nos pródigos. Lembro-me de um amigo, muito espiritual (ou será "espirituoso"?) que não fazia seguro do carro por considerar um ato de incredulidade. Quando questionado, dizia: "não faço porque se roubarem (o carro) será a vontade de Deus e se Ele permitir tal coisa, então entenderei que Ele quer me dar um outro melhor." Podem até concordar com isso, mas sinceramente não acho sensato, tampouco o vejo com um ato de fé...

De certa forma, podemos dizer que preocupar-se é deixar o incerto se sobrepor ao certo. É a dúvida que supera a certeza. O futuro é uma incógnita, o presente é um fato, portanto é certo e definível. Filosófico, não?! Mas o fato é que certas pessoas se obcecam de tal forma com as preocupações futuras que estas começam a prejudicar o presente trazendo uma série de anseios, angústias e doenças. Tornam-se escravas de seus medos.

Doutro modo, algumas conclusões sobre este tema geram falácias.

Veja bem.

Não podemos deduzir disso que não precisamos trabalhar para a nossa provisão. Paulo nos lembra disso: “se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2 Ts 3:10). As atividades que desenvolvemos em prol na nossa provisão devem ser constantes em nossa vida, o que Jesus proíbe é multiplicação de celeiros na tentativa de providenciar segurança futura independente de Deus (prática que Ele condena na parábola do fazendeiro rico em Lucas 12:16-21).

E a independência.... ahhhh a sonhada independência! Queremos fazer 18 anos, pois achamos que um kit dos sonhos (chave de casa, chave do carro e dinheiro sem limites) nos aparecerá para, aí sim, começarmos a viver (que terrível engano...). O homem também quer ser independente de Deus; o diabo tentou isso no princípio das coisas e foi expulso da Glória com um terço dos anjos... Logo, se o diabo sonha com isso, então boa coisa não é!

Deus nos chama para um dependência plena Dele. Nos chama como filhos que dependem intensamente do auxílio de seu Pai. Filhos pequenos, sem forças, sem poder, que vivem pela graça do SENHOR. Não proponho votos de pobreza! Longe disso! Proponho entregarmos nosso caminho a Deus para que Ele faça o melhor em nossa vidas! Que tal?!

Poderíamos resumir estas verdades (porque está embasada na Palavra de Deus que é a Verdade!) na seguinte imagem: Temos um campo a ser semeado. Por acaso deixaremos de semeá-lo acreditando que o milho e o trigo crescerão sozinhos? Devemos semeá-lo, porém confiantes de que Deus trará a provisão da chuva e do sol para fazer com que as plantas cresçam. E mesmo o plantio seja perdido, Ele trará provisão por outros meios, mesmo que seja maná do céu...
Ótima sexta feira, ótimo fim de semana!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

SETE RAZÕES PARA NÃO NOS PREOCUPARMOS

Estamos vivendo uma crise. Alguns dizem ser a maior crise financeira já vista; falam sobre “marola”, recessão, colapso financeiro e até mesmo em depressão econômica. Alguns dão pouco valor a este acontecimento; outros crêem ser o fim dos tempos. De todas as formas, a crise financeira tem tomado o imaginário popular, o tempo dos economistas e a paz dos investidores. Surgem revistas e páginas mil na Internet com os seguintes dizeres: “Entenda a crise financeira de forma fácil e descomplicada” outros têm teor mais prático e sugerem “823 formas de investir seu dinheiro na crise”...

A única conclusão unânime até agora é que foi embora a sensação de “está tudo tão bom”, a economia acelerada e crescente, a variedade de produtos, o dólar em baixa, o fortalecimento da moeda, o superaquecimento das exportações, independência econômica, descoberta do pré-sal , etc. Agora todos só pensam em guardar, poupar, economizar.

De todas as formas, em maior ou menor escala, a crise econômica parece deixar todos apreensivos.

Por isso, em tempo se de tempestade financeira, pergunto: “quem está no timão do nosso barco?”

Jesus pregou contra a ansiedade. Mas porque evitarmos se ela nos parece tão natural, tão humana?

A razão está no fato de dedicarmos o melhor de nossas vidas, nossas energias para termos a certeza de que teremos o suficiente para nos mantermos vivos. Então, antes de percebermos, nossa vida passou e perdemos o propósito central para o qual fomos criados. Deus nos criou a sua imagem com um objetivo muito maior que o mero consumismo. Estamos aqui para amá-lo, adorá-lo, servi-lo, e representar seus interesses na terra. Nosso corpo foi planejado para nos servir e não para nos domesticar.

Hoje eu prego esta palavra até com certa autoridade por conta de um testemunho que me aconteceu. Tinha de mandar um artigo para a pós-graduação, que vencia o prazo hoje, mas não tive um tempinho sequer para fazê-lo e hoje pela manhã recebi um e-mail avisando da prorrogação do prazo de entrega.

Por isso, nestes tempos de crise resolvo compartilhar uma palavra de paz com os irmãos; tratemos de sete razões para não andarmos ansiosos (Mateus 6:25-34).



1 – Os detalhes da nossa vida podem ser confiados ao mesmo Deus que nos criou.

“25 Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?”

O mundo geralmente imagina que Deus está preocupado apenas com os grandes eventos da humanidade, sem se importar com os detalhes da vida de cada um de nós. Tenho um exemplo que ocorreu na célula de um amigo meu. Um certo irmão, sempre que perguntado sobre alvos de oração, pedia orações pelo Hamas, pelo Ahmadinejad, pelas baleias do Japão que estão sendo extintas, mas nunca pedia nada pela sua vida pessoa!

Ele simplesmente ignorou que o Deus que está por detrás dos grandes eventos da humanidade também é o Deus que está cuidando da sua vida pessoal!

Outros também revelam este falso altruísmo sob o tom de “não tenho nada a pedir, só a agradecer”. Lucas 11 revela a importância que Deus dá a nossos pedidos:

“E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11: 11-13)

Jesus não está dizendo que é errado o cristão tomar providências para suprir suas futuras necessidades materiais, tampouco recrimina o fato de comermos ou nos vestirmos com boas coisas; a reprovação a que se refere este versículo diz respeito à ansiedade ou preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta de fé no cuidado e no seu amor.

Essa excessiva preocupação sobre o futuro é pecado, pois nega o amor, a sabedoria e o poder de Deus.

Nega o amor de Deus implicando que Ele não se preocupa conosco.

Nega a sabedoria de Deus implicando que Ele não sabe o que está fazendo.

Nega seu poder implicando que Ele não é capaz de suprir nossas necessidades.

Certa vez me ocorreu algo interessante. Estava indo a missões evangelísticas nos EUA e escutei uma história que americanos não tomavam banho. Como assim? E eu que tomo três banhos diários! Resolvi jejuar para tomar banhos todos os dias! Fomos para os EUA e primeira parada: Kearny. Éramos 23, sendo 21 mulheres e 2 homens e cada um foi sendo recebido em uma casa de famílias, menos eu. Eu fiquei por último. Era o rejeitado. Até que o líder dos jovens me recebeu e disse: “os outros estão em casa de família; eles têm comida boa, conforto, mas nós não. A única coisa que podemos te oferecer é banhos. Pode tomar quantos banhos quiser!”

Duarante os próximos dias, falaremos sobre as demais razões, Aguardem!