quinta-feira, 31 de julho de 2008

A MARAVILHOSA GRAÇA DE SER COMPANHEIRO...

Não costumo fazer isso, mas hoje vou abrir uma exceção. Vou fazer uma homenagem! “E a quem?” deve estar pensando. Minha intenção inicial era manter o sigilo, porém não o farei. Pelo simples motivo de que não conseguiria mantê-lo até o final do texto, pois acabaria revelando involuntariamente ao longo da conversa.

Quero falar sobre o valor do companheirismo. Quero falar da Mariana, minha namorada. A princípio seria uma homenagem por mais um ano de vida, mas seria injusto demais, pois este texto não representa nem um centésimo do que ela significa para mim. Parece piegas, mas não canso de repetir Fernando Pessoa (que repetiu Álvaro de Campos), para quem as cartas de amor são ridículas, porém mais ridículo é quem nunca às escreveu

Apesar de nos conhecermos a uns dois anos, estreitamos nossa relação apenas no último ano. Desde que a conheci, parece que a vida me colocou uma série de desafios a serem cumpridos; assumi responsabilidades demais, algumas que pensei ser incapaz para realizar, porém pouco a pouco temos vencido (digo “temos” porque daí o tema do post sobre o valor do companheirismo). Antes que me perguntem se estou noivo, respondo: não estou. Mas em relação às “responsabilidades”, ocorre que ao fazermos 20 e poucos anos, após formarmos, quando passamos de adolescentes para adultos, quando começamos a ser uma referência para a garotada que vêm com seus 14, 15 anos, parece que as responsabilidades surgem de uma hora para outra. E seja para festejar, como para trabalhar, ela tem estado sempre ao meu lado.

Desde então, as coisas passaram a ficar velozes. Terminei a faculdade, me formei, passei na OAB, assumi os jovens da igreja, fui reprovado em concursos, quase passei em outros (desde o Banco do Brasil em 2003, nunca passei em outro, nem em provinhas para estágio...). Não sei como, mas a vida me fez amadurecer um bocado.

Mas isto não é uma autobiografia, mas trata-se de uma honraria. Por isso gostaria de falar sobre o companheirismo, porque apesar de namorados, somos também amigos. Nossas vidas não se resumem a sexo e agarração como o mundo propõe (até porque somos cristãos e nos mantemos virgens até o casamento...), mas é algo que tenho aprendido profundamente com a Mariana: o valor de ser companheiro.

O que me deixa maravilhado é que ela não me ensina o valor de ter um companheiro, mas o valor de ser, ou seja, o valor de se dar, doar, abnegar-se. Sua postura ao meu lado me constrange e faz com que eu a ame cada vez mais. Ela sabe que muito antes de receber algo, ela deve dar, e isso tem sido uma lição grandiosa em minha vida.

No último fim de semana, estivemos a frente de um acampamento evangélico onde tivemos a graça de ver Deus operar nas vidas. Queridos... não é um trabalho fácil montar acampamentos, liderar pessoas, superar limitações físicas, temporais, financeiras. Mas o que me deixou surpreendido é que, em todos os momentos, ao olhar para o lado, eu via a Mariana. Se estava a jantar, lá estava ela; se estava lavando pratos, ela os enxugava. São poucos que se dispõem a fazer o que for preciso só para estar ali do lado, acompanhando cada momento, ajudando no que for preciso, inspirando confiança ou animando quando tudo parece perdido.

Há tantas correntes de e-mail que ressaltam o valor de um amigo, tantos livros, tantos filmes, mas nada é tão fascinante como viver a amizade.

Nada é tão fascinante como andar, crescer, conquistar, superar, trabalhar, construir, incentivar – entre milhares de outros verbos – com outra pessoa. Mesmo que estas coisas pareçam insignificantes aos olhos mais descuidados, elas se tornam extremamente profundas e significativas em certos momentos, principalmente quando vemos que nossa vida levou outras a crescerem.



A amizade também é extremamente útil para nos ensinar. Por ser algo da vida (afinal, não nascemos com amigos) ela é uma escola na qual escolhemos os professores. Os amigos são mestres que mesmo calados ensinam profundas lições. Ela tem sido uma excelente professora. Eu poderia elencar dezenas de lições, das quais menciono algumas:

Aprendi que sendo companheiro, me torno mais feliz; mais do que se recebesse algo. Parece que minha vida tem mais profundidade, mais sabor, mais alegria, mais sentido.

Aprendi que prejulgar as pessoas é uma bobagem que nos impede de conhecermos o melhor delas.

Aprendi que tudo tem duas maneiras de falar, por isso devo escolher a melhor.

Aprendi que os bons momentos passam extremamente rápidos, por isso os aproveite da melhor maneira.

Aprendi que quase todas nossas intrigas são bobeiras egoístas, por isso devemos brigar apenas pelo que vale a pena.

Aprendi que sanduíches do Subway são os únicos que conseguem desmistificar que o Pit-dog é sempre melhor que o fast-food.

Aprendi que vale a pena perseverar em alguém.

Aprendi que Saint Exupéry é um gênio; relatou a vida com perfeição, mesmo que através de parábolas.

Aprendi que amor é estado de graça e com amor não se paga.

Falando em amor, aprendi que ele é semeado, cuidado, regado assim como uma flor.

E já que disse sobre elas, aprendi que as flores passaram a ter mais sentido depois que a conheci.

Acima de tudo, aprendi a dizer MUITO OBRIGADO! Logo... muito obrigado por cada minuto passado com você!

Queria consignar neste texto a minha imensa gratidão por aparecer em minha vida, como o sonho que desabrocha em flor.

A você, caro amigo, que agora me lê, não perca a oportunidade de pegar o seu celular e ligar para alguém dizendo que a ama. Seja sua namorada, sua mãe, seu pai, algum amigo(a), ou a velhinha que passa agora na rua. Apenas tenha o hábito de dizer as pessoas o quanto elas são queridas e o quanto você se importa com elas!

Boa noite

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A COLHEITA

Deus tem três características exclusivas, ou seja, que nenhum outro ser possui: onipresença, onipotência e onisciência. Respectivamente: está em todos os lugares, tem todo poder e sabe de todas as coisas.

Estes atributos tão excelsos parecem ser a razão da freqüência de seu nome no linguajar popular, onde ao menor perigo, preocupação ou espanto dizemos um eloqüente “Meu Deus do céu!”, “Meu Jesus!”, “Santo Deus!”, “Creio em Deus Pai!” e outros vícios de expressão.

A Palavra de Deus recrimina este tipo de atitude quando dizemos seu nome sem a honra e menção devida, ou seja, quando dizemos por dizer (Pv.20:7). Porém há algo ainda mais grave: a culpa que atribuímos a Deus por determinados acontecimentos de nossa vida.

Ouvi uma história verídica que me impressionou e revela muito bem o que eu quero dizer: Em 2005, um romeno resolveu processar a Deus por motivos muito “simples”. O homem se converteu e decidiu pelo batismo crendo que a confissão pública de sua fé o livraria de todos os males. Passados alguns anos, a prefeitura retirou a licença de funcionamento de seu restaurante e este tentou assassinar o fiscal que o autuara.

Preso, o romeno resolveu processar a Deus pelos seguintes argumentos: ele se convertera e batizara, então havia firmado um contrato com Deus, no qual a ele cabia adorá-lo e a Deus cabia protegê-lo de todo mal. O mal é fruto do Diabo, assim ele havia cometido o crime sob influência da entidade maligna. Logo, se Deus tinha a obrigação contratual de protegê-lo do mal então Ele havia descumprido sua parte no trato, sendo que “havia agido com traição, abuso e tráfico de influência”. No pedido da ação pleiteou a responsabilização de Deus, bem como reparação pecuniária pelos danos morais sofridos com a prisão, danos materiais pelo dinheiro que gastou com medicamentos e psicólogos e lucros cessantes pelo restaurante fechado e pelo tempo que ficaria sem trabalhar na cadeia.

A petição foi enviada ajuizada e encaminhada para o escritório do procurador, porém o processo foi extinto sem o julgamento jurídico porque não conseguiram citar (notificar) Deus para responder ao processo.

Esta situação, que é relatada como uma piada jurídica, na verdade é um tipo de humor pastelão espiritual que revela a falta de consciência humana sobre o que vem a ser Deus.


Há muitas formas para vermos Deus: pai, amigo, companheiro, consolador, redentor, salvador. Ele realmente é todas estas coisas, mas notamos que de certo modo a humanidade parece ter perdido o seu referencial sobre o que realmente venha a ser Deus quando o trata como gênio da lâmpada, um assassino ou um réu. Soam fortes, mas é como algumas pessoas o enxergam.

Não vem ao caso falar sobre as grandes campanhas de liquidação do céu, onde as pessoas se alucinam na expectativa de receber grandes bênçãos financeiras, mas sem intenção alguma de conhecer a Deus (adorar pelo que Ele é), nem a sua Palavra. Tampouco vamos tratar sobre os desastres, catástrofes, genocídios e fazermos a freqüente pergunta: “Se Deus é bom, porque ele permite que coisas ruins aconteçam?”.

O que me intrigou essas semanas foi a “condição” de réu. Deus, de Todo-Poderoso, passou, no caso do romeno, a ser considerado acusado pelo triste fim de sua vida.

A Palavra de Deus é enfática em dizer que o homem tem a liberdade de escolher o caminho que bem entender. Porém a impressão que temos é que, em se tratando de escolhas de vida, nós decidimos ao nosso próprio bem-querer e deixamos toda a responsabilidade a cargo de Deus. Não é o correto, pois a liberdade pressupõe responsabilidade.

O simples fato de crermos em Deus não nos exime da culpa e das conseqüências que advêm das escolhas que fazemos. Somos responsáveis pelos nossos próprios atos, como já disse o profeta Jeremias em suas lamentações: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” (Lamentações 3:39). Aliás, esta é um assunto freqüentemente tratado pela Bíblia, a começar do Gênesis onde o homem teve sua condição modificada em função de seu próprio pecado.

Ao ouvirmos a história adâmica, geralmente pensamos que a expulsão do jardim, as dores, a necessidade de trabalhar, o corpo corruptível e a separação de Deus são castigo divino. Pensamos em um Deus nervoso, bravo, como um pai com cinto em mãos para bater nos filhos teimosos. Pensamos em anjos com espadas flamejantes fazendo caretas para Adão a cada vez que este olhava para o Éden. Pensar assim também é um engano que nos acomete nas primeiras lições de Escola Bíblica Dominical...

Deus havia ordenado a Adão que não comesse do fruto da árvore do bem e do mal, porque Deus queria que nós conhecêssemos apenas o bem, que dependêssemos dEle e de Sua Palavra. Mas o homem resolveu trilhar seu próprio caminho; resolveu fazer ele mesmo os seus juízos de valores, se libertar da dependência de Deus e conhecer o mal.

Deus atendeu a vontade do homem. Se queriam ser tão livres, então que providenciassem sua própria subsistência, sentissem a dureza do mundo, tivessem dor. Afinal queriam se igualar a Deus, mal sabendo que Deus trabalha, chora e sente dores (Duvida?! Basta o exemplo de Jesus que sendo homem é totalmente Deus e sendo Deus está em um corpo humano). Conclusão: ao comer do fruto do bem e do mal, o homem expulsou a si próprio do jardim.

E isso, queridos, não é um exemplo de culpa de Deus, mas é um reforço de que desde o princípio do mundo o homem é responsável pelos seus próprios atos. O romeno é o responsável pelo crime que cometeu.


Deus não merece ser tratado como réu de nossas vidas. Não merece essa “imputação objetiva” de nossos atos. Deus nos deu a liberdade de vivermos, a liberdade de escolhermos que caminhos iremos seguir. Ele não construiu robôs que repetem “Aleluia” e “Eu te amo”, ele construiu seres extremamente complexos com capacidade para amar ou não. Ele não quer ser um ditador supremo, mas que se revelar como o Pai de Amor e deseja ser amado voluntariamente. Cabe a nós amá-lo ou não.

Nossos atos, nossos pecados, nossas escolhas ditam quais as conseqüências que colheremos. Um trecho bíblico reflete muito bem esta questão: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” (Gálatas 6:7,8). Este é o princípio da colheita que é resumido na máxima popularmente difundida de “nós colhemos tudo aquilo que semeamos”.

Por isso, faça valer a sua colheita. Ao invés de ódio, ira, inveja, dissensão e outros pecados, semeie amor, gozo, paz, bondade, benignidade, longanimidade, mansidão, domínio próprio, temperança (Gálatas 5:22-25). Com toda a certeza teremos uma colheita espetacular, ou sendo mais técnico: sobrenatural. Uma colheita de vida abundante. Uma colheita celestial. Decidindo fazer o bem, bem colheremos. Decidindo viver no Espírito, no Espírito viveremos. Vale a pena semear!


Boa semana!

Ps: estamos tentando melhorar o site, para tanto, disponibilizamos música para ouvir enquanto visita o blog. Basta clicar na fita K7 no rodapé da página para escutar uma seleção de algumas de minhas músicas favoritas!